tag:blogger.com,1999:blog-70322692545568761692024-02-18T21:14:48.704-08:00Dias Melhores na AméricaThe Journey back home. A jornada de volta à casa.Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.comBlogger20125tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-24007750587579170212014-11-08T18:55:00.002-08:002014-11-08T19:33:18.611-08:00Better Days AheadHoje volto a escrever. Volto após longa ausência. Desde a última vez que aqui escrevi, aconteceram muitas coisas que fizeram com que minha vida mudasse. Mais, uma, vez!<br />
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Sempre acreditei que a vida nada mais é do que uma série de momentos, experiências apenas minha, sua, de todos nós.. ou algo do estilo. Não importa se as páginas que preenchemos dia após dia, são de drama ou de alegria. Apenas importa que estejam cheias ou vazias de momentos, com tudo ou, paradoxicalmente, nada. Mas que a soma destas lembranças, destes instantes, nos defina. Que traga algo de divino a um segundo que um dia chegará ao fim. Pois da vida não nos restará nada. A morte é sempre o resultado final da vida. É a morte do corpo e tudo o mais que é anexado à ele. <br />
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No entanto, podemos viver eternamente na lembrança das pessoas, na arte, e quem sabe até em nossas memórias para outras vidas, se elas realmente existem, coisa que acredito ser verdade mas não posso fazer que não crê, acreditar. Então, fica a dúvida para os descrentes.. <br />
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A verdade é que a vida, estas páginas em branco que nos são dadas a cada minuto, vão acontecendo com ou sem a nossa interferência. Acredito que consciente ou não, todos desenhamos cada traço, escrevemos cada letra, da nossa história. Escolhemos os personagens, o ambiente, o tom, absolutamente tudo, mesmo aquilo que jamais poderíamos em sã consciência escolher, como a tragédia, o caos, a dor..<br />
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Ano passado, para este data, eu estava sofrendo imensamente. Talvez eu não saiba o que é a dor da perda de um ser querido, da morte física de um familiar, amigo, esposo, filho. Mesmo assim, isto se equipara. Foram dias sombrios. Extremamente escuros. Se hoje escrevo de uma posição muito diferente daquela, foi porque tive que enfrentar cada momento, cada desafio e cada dificuldade da pior maneira possível. Só assim pude, ao fim, lidar com tudo o que há de pior. E pude encontrar a luz que há na escuridão. Pois as trevas não existem. A luz, a vida (a real, não esta física) existe no meio da morte, da dor. E é só lá que podemos encontrar a saída real para nossos problemas.<br />
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Sobre a dor do que vivi escreverei mais intensamente em alguma outra ocasião, não por diversão, mas para poder dar vasão ao que há de melhor em mim. Claro, que não quero expor ninguém, principalmente minha familia. Mas acredito que talvez minha história, que na verdade não é só minha, é uma série de momentos, de páginas, experiências que talvez para alguém, um dia, possa servir de guia ou, quem sabe até, inspiração, para coisas melhores.<br />
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Vou começar tentanto descrever um pouco do que sentia nesta mesma época, ano passado. Novembro de 2013. Para começar não sabia nem que dia era, nem mês, muito menos ano. É mentira, é claro. Sabia bem, que dia 10 desse mês, por exemplo, era meu aniversário. Mas isso não importava. Nada importava. O único que importava era "o que vai acontecer?" e "o que vou fazer?". Bom, eu sabia o que eu tinha que fazer. <br />
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Li outro dia que a felicidade, às vezes, é fazer algo que não nos dá prazer. Ela pode estar escondida em algo que nos faz miseráveis, mas que sabíamos tínhamos que ser feito. E aí, nessa escolha, residia a felicidade. Na missão cumprida. Algo assim aconteceu comigo nessa época. Depois que li esse texto, que de outra forma não faria sentido algum pra mim (e acho que para a maioria das pessoas a não ser que sejam masoquistas), pude compreender claramente o que autora explicava. <br />
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Era isso. Eu sabia que abandonar meu apartamento em São Paulo, vender tudo, me mudar ao Rio de Janeiro, uma cidade que tinha razões de sobra para detestar, era a pior escolha possível. Tudo em mim doia. Eu não sou uma pessoa materialista, no sentido mais literal da palavra. As coisas realmente não importam pra mim. Ter a melhor roupa, ou carro, ou acumular coisas, apenas pelo prazer, jamais foi um hobbie meu. Nem títulos, nem marcas.. No entanto, sou a pessoa mais materialista que conheço, no sentido que ter um apego ferrenho a tudo que possuo, seja uma blusa de mil novecentos e bolinha, um texto, um livro, meus aparelhos eletrônicos ultrapassados, um relógio velhíssimo, coisas assim.. não consigo me desfazer mesmo sabendo que eles mereciam estar no lixo. <br />
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Demorei cerca de 2 anos para montar "meu apartamento". Quando digo meu apartamento, a maioria das pessoas pensa "oh, era algo próprio, não alugado". Pois bem meu apartamento era um contrato de 30 meses, com seguro fiança renovável a cada ano (bem carinho, por sinal). Em outras palavras, não, não era meu. Como disse antes, meu materialismo, ou excesso de carinho por ele, me faz chamá-lo assim. Foi muito importante pra mim, apesar de que eu sabia que um dia iria deixá-lo. De fato, quando o aluguei pensei em gastar o "minímo possível" (se isso é possível no Brasil) nele pois sabia que um dia iria embora. Adoro São Paulo, mas jamais pensei morar eternamente aqui. Não fazia parte do meu plano, ainda. E era apenas um aluguel, de 30 meses, então, não, não era meu. E pior, não poderia levar nada comigo tão fácil para a casa dos meus pais. Então tentei não acumular coisas demais. Até pois sabia bem da minha tremenda dificuldade em me desfazer de qualquer coisa. <br />
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No primeiro ano apenas tinha uma cama, uma pequena mesa dobrável e o mais básico do básico (fogão, geladeira e máquina de lavar, conquistada por último e após meses de louvável esforço, lavando roupas à mão). Tudo isso foi adquirido à prestações. Aos poucos fui conseguindo mais coisas. Algumas melhores que outras, mas no fim nada muito sofisticado. Porém era minha cara. Eu amava meu espaço apesar da sofrível decoração, o banheiro que nada tinha de aconchegante. Ainda assim, após minha primeira longa viagem fora de casa, ao voltar pra "casa" senti total e completamente acolhida naquele lugar. Senti como se eu pertencesse a algum lugar e aquele lugar era aquele. Eu sabia que era minha prisão também. Aquele lugar me impedia de estar em outras partes, viajar pelo mundo, conhecer minha alma gêmea... De ser melhor.. e de buscar meu sonho. Todas aquelas coisas (mesmo aquelas que havia ganho, como uma estante de livros que amava) tudo, tudo.. era uma forma de me esconder. Mas sentia certa paz. E acredite, quando uma pessoa, que da última vez que contabilizou contou mais de 50 endereços em sua vida (isso mesmo, 50!), diz que sente uma imensa felicidade em ter um lugar para chamar de seu, não mente. <br />
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Então, quando me vi na situação de largar tudo, de ter que vender, por falta de alternativa melhor no momento, foi bem traumatizante. Era outra mudança, outra despedida cruel. Apesar dos problemas que esse lar tinha, foi bem sofrido ter que dizer adeus. Diariamente sofria com os barulhos e pó da construção de um prédio bem em frente ao meu e, de verdade, algo em mim se alegrava de terminar assim a relação com ele. Ainda assim, me desfazer de tudo foi extremamente complicado. Mas não pensei duas vezes. Aliás, nem pisquei os olhos. Para mim essa decisão era tão claro quanto o saber que "2 + 2 são 4" ou a nossa necessidade de oxigênio para viver. Era um fato, claro, irrefutável. Eu tinha que ir. Tinha que vender tudo. Tinha que estar onde meu irmão estava. Por mais que doesse, e se eu disser que não doeu, que não me odiei por isso e que não xinguei a deus e o mundo por isso (principalmente meu pai), estaria sendo hipócrita. Mas eu tinha que.. sem argumentos. <br />
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Tipo assim, você cortaria seu braço pelo seu irmão? Ou doaria um órgão pra ele? Ou sei lá o que mais?.. Sim, óbvio! claro que não cortei meu braço por ele. Muito menos fiz algo tão louvável como doar um órgão, até porque ele mesmo não precisava. Aliás ele não pediu nada disso. Ele nem precisava de nada disso. Mas eu SABIA, eu só sabia, com a certeza que quem sabe exatamente o que deve ser feito, que deveria estar ao lado dele, naquele momento. Que não poderia prosseguir minha vida, naquele momento, sem estar perto dele. Não poderia viver com isso (deixá-lo sozinho mais uma vez) para o resto dos meus dias. Não era uma opção. Eu simplemente não podia, não poderia. Ninguém me obrigou a sentir a dor que senti. Ninguém. De abandonar "meu ap". Nem eu mesma. Não existia culpa. Apenas tinha que ser. Simples assim. <br />
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Demorei 3 fins de semana para desfazer pouco mais de 2 anos da minha vida. Vender tudo. Nem sei como fiz tal coisa. Isso significou 3 viagens de ida e volta ao Rio. Todas elas carregando as coisas que de valor financeiro pouco ou nada retiam. Eu e minhas tralhas (sei que o Rica, do "destralha" vai rir com isso) mas lá fui eu carregando tudo o que mais podia para uma vida completamente sem propósito, sem rumo, sem direção... pois não sabia o que ia ser, ou como ia ser. E tudo o resto, o mais que pude, joguei fora, doei, vendi e abandonei pelo caminho, mais cedo ou mais tarde.<br />
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No dia do meu aniversário passei chorando com raiva por ter que me jogar nessa "aventura" sem volta. Não me sentia vítima total (só em parte) da minha situação. Mas como disse, eu tinha que fazer. Não havia dúvidas em mim, nenhuma sequer, se tinha ou não que fazer isso. Aliás, acho que foi a única decisão que tomei na vida com absoluta certeza, que não fazia a menor ideia se a merda estava fazendo era a correta, mas eu sabia que era: tinha que fazer! E fiz.<br />
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E foi assim que após esse fim de semana, justamente do meu aniversário, eu fui definitavemente, com o resto das tralhas (e não eram poucas apesar das inúmeras viagens) pro Rio de Janeiro. Dias depois, aliás semanas, lembro-me que acordei em casa e percebi que não tinha ideia que dia era. Claro, algo em mim sabia que já havia passado novembro, e o pior também havia passado, mas eu ainda achava que era setembro, sabe? Lembro-me de ficar buscando a data na minha cabeça, tipo hoje é.. e disse a mim mesma "hoje é 20 ou 25 de setemebro?" foi aí que percebi que o tempo para mim não tinha <i>realmente</i> passado. Aquelas páginas (dias) desde quando soube da notícia do deseparecimento do meu irmão até aquele momento tinham sido escritas, mas eu não processava. Foram meio que apagadas da minha memória. Era como se nunca tivesse vivido. Ou nunca quisesse viver. Pode parecer tudo muito dramático. E de certa forma é. Não é nada mais dramático ou horripilante do que as tragédia que inúmeras pessoas vivem diariamente. De fato, na verdade não foi tanta coisa que vivi. No fim, meu irmão está bem, vivo, e eu também. Meu pais e irmã também. Sobrevivi. Sobrevivemos. Não passei fome. Não fui estuprada, nem violentada, nem perdi nenhuma parte do corpo. É. Verdade, não foi tão ruim assim. Também não é nenhuma história de conto de fadas a que tenho pra contar. Mas assim como eu várias pessoas, aliás todos nós, sofremos, uns mais outros menos, uns com razão outros nem tanto, nesses momentos (bons ou ruins), nessas páginas em branco, que nos são dados a cada dia com a dávida da vida. <br />
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E, assim como eu, aliás todos nós, temos sempre uma opção, a de sofrer, encarar a dor, ou a de sorrir, dar um tapa na cara das circunstâncias da vida, apesar destas serem pouco ideias, e sermos felizes. Com braços ou sem, com um coração partido ou não, com problemas ou sem problemas. A escolha é sempre nossa!!!<br />
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Após um período (nada fácil e de muito aprendizado) de aproximadamente 4 meses no Rio de Janeiro, decidi desta vez com muita insegurança e receio, ir embora dessa cidade. Embarquei rumo ao Chile, sem saber quanto tempo ficaria, se era definitivo ou não, nem sabendo o que iria fazer por lá. <br />
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No fundo eu sabia, eu precisava me curar, digerir tudo aquilo que vi e vivi, começar algo novo. A ideia (sempre presente em mim) de escrever um livro, parecia-me algo muito mais paupável. Mas eu estava muito frágil ainda, e muito perdida para tal empreendimento. Mas, foi nesse período, que comecei um projeto, o #100betterdays, que coincidentemente, remetem ao título deste blog "Dias Melhores..". Isso mudou mais uma vez minha vida. Mas de maneira que JAMAIS podia esperar. Nem tudo foi <i>better</i>, é claro. Essas mudanças estruturais mexeram demais em muitas áreas de minha vida e uma delas, sem estrutura nenhuma, acabou me derrubando, quase me destruindo. Fui obrigada a confrotar minhas inseguranças em relação ao amor. Não foi fácil, esses "momentos" quase que acabaram com o propósito do projeto. Mas o projeto venceu. Foi muito mais forte, e, muito mais importante do que essas problemas sentimentais. Tanto que, me mudaram pra sempre. Iniciaram um processo sem volta do qual agora faço parte.<br />
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É óbvio que, somente quando confrontei o "x" da questão, e quando voltei ao Brasil, é que realmente a ferida no coração começou a cicatrizar. Foi só aí que percebi também o quanto tinha mudado para melhor após esses 100betterdays e quão longe poderia chegar. Também percebi que meus problemas, principalmente minha trava com a escrita, ainda estava longe de ser resolvida. Existia muito medo, existe ainda muitas coisas a serem "reprogramadas". Mesmo assim, posso dizer HOJE que sou uma pessoa muito melhor do que era antes. Que esses 100 dias melhores começaram um processo sem retorno em torno da VERDADEIRA felicidade, do autoconhecimento, da riqueza de espírito.<br />
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Sim, existe muito ainda por melhorar. Muita coisa difícil ainda para digerir em mim mesma, na minha vida, na dos outros.. mas mesmo assim eu sei que vai ficar melhor. Vai ser melhor, porque hoje já sou a melhor pessoa que posso ser. Agora é só por tudo isso pra fora. E a mágica, da mudança real, de ver aquela Simone realizada, completamente, irá acontecer. Pois para isso só falta uma coisa: um passo na direção certa. Um passo não dado antes e que poderá, de fato, mudar essa série de momentos de tragédia para comédia, de drama para euforia, de solidão para plenitude.<br />
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Meu próximo post falará um pouco mais do que foram esses 100betterdays, do que se tratava o projeto e no que irei transformá-lo a partir do dia 10 de novembro, data do meu nascimento e do nasciemento de uma nova "eu". <br />
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Muita luz e paz,<br />
Simone<br />
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<br />Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-52272463364237162802011-02-18T16:53:00.000-08:002011-02-18T18:55:15.042-08:00Decisões e "oportunidades".Não sei se alguém lê/lia o meu blog regularmente, então não sei se fui a única a sentir falta dele. Nesse tempo que estive sem escrever, pensei seriamente até em deixar o blog de vez. No fim, decidi por voltar. Não por causa dos meus leitores, pois afinal são quase inexistentes, mas pela necessidade de escrever. Quem sabe um dia, quando o blog for mais interessante (e tenha mais seguidores), posso enfim dizer que escrevo pela audiência. Por enquanto, me importa somente escrever e colocar meus pensamentos "no papel".<br /><br />Escrevo porque tenho que tomar grandes decisões nos próximos dias, nas próximas duas ou três semanas. Também tenho "oportunidades" para resolver. [Decidi que problemas são na verdade grandes oportunidades, então de agora em adiante assim irei chamar esses tremendos obstáculos - verdadeiras pedras no meu sapato - que teimam em aparecer na minha vida.]<br /><br />Pensei muito na minha vida nos últimos dias. Pude fazê-lo porque finalmente tive tempo, por íncrivel que pareça. Desde que voltei do Chile, das minhas supostas "férias" - quando também tive que trabalhar - corri contra o tempo para cumprir todas minhas responsabilidades. Consegui. Mas depois disso, e sem trabalho, tive que mergulhar na minha busca por um emprego digno neste país, nesta cidade que, assim como Nova York, não perdoa iniciantes - uma verdadeira "<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Selva_de_Pedra_%281972%29">Selva de Pedra</a>".<br /><br />O resultado desta busca intensa por trabalho tem sido positivo apesar de ainda estar bem longe do ideal: uma entrevista que resultou em um trabalho temporário (no qual estou agora empregada) e, logo, em duas entrevistas mais (após finalizar testes de seleção), uma em São José dos Campos e outra aqui em São Paulo, que ainda irei realizar. E, ontem, recebi uma terceira ligação de entrevista para um emprego na minha área. Porém, todos eles com salários muito menores do que gostaria, mas fazer o quê.. é um começo, pelo menos.<br /><br />Então, pensei muito sobre a minha vida em todos os sentidos. Naturalmente sinto um certo temor de deixar o passado ou que ele me deixe. Mas é preciso. Não se pode olhar pra frente sem deixar o que passou. Agora, mais do que nunca, começo a vislumbrar um futuro melhor, dias melhores. Apesar de saber de que o caminho será muito mais árduo do que imaginava.<br /><br />Acho que agora, finalmente, velhas feridas da minha vida nos EUA estão cicatrizando. A marca fica, claro. Mas por elas sou mais forte. Não sei se seria possível ser o que sou, sem elas. Mas sei também que mereço muita coisa boa, não só pelo esforço e dedicação mas porque simplesmente eu mereço assim como qualquer outra pessoa neste planeta, por mais ruim que seja, merece.<br /><br />As decisões que preciso tomar, como sempre, afetam todos ao meu redor. Preciso decidir, por exemplo, qual emprego escolher, caso tenha opções. Preciso também reavaliar minhas metas e, principalmente, me armar de coragem para enfrentar os desafios de entrar em uma nova área, permanecer na mesma e ter que me especializar ou abrir meu próprio negócio.<br /><br />Queria muito usar meu blog para comentar coisas do dia-a-dia da vida na cidade de São Paulo, mas infelizmente não será desta vez ainda. Por enquanto, preciso me dedicar completamente ao que estou fazendo, a única maneira de estar realmente preparada para as reais oportunidades. E elas virão. Tenho certeza que sim.<br /><br />Como bem diz o ditado "depois da tempestade, sempre sai o sol".<br /><br />Vos deixo com a música linda do Legião Urbana para inspirar "quando o sol bater... "<br /><br /><iframe title="YouTube video player" src="http://www.youtube.com/embed/IqCHnWadODk" frameborder="0" height="390" width="480"></iframe>Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-92128445191168602192010-10-24T16:02:00.001-07:002010-10-24T17:58:04.829-07:00"Lixo Extraordinário" e a minha vidaHoje fui ver o documentário "<a href="http://www.blogger.com/www.wastelandmovie.com">Lixo Extraordinário</a>" onde o artista <a href="http://www.vikmuniz.net/">Vik Muniz</a> é um dos principais protagonistas de uma história de heróis contemporânea. A experiência que começa como um projeto para "devolver algo à comunidade", ao lugar de onde Vik veio (Brasil), com a ideia de fazer arte do lixo, acaba indo indo mais longe do que o esperado. Acaba transformando o próprio Vik e todos os envolvidos de forma inesperada.<br /><br />Na sessão de hoje, que foi na <a href="http://www.mostra.org/">Mostra Internacional de Cinema</a> em São Paulo, o diretor João Jardim, esteve presente. Ele mesmo disse que não imaginava o valor oculto nas pessoas que trabalham em tal lugar, descrito pelo próprio Vik algo como "a camada mais baixa da sociedade". No filme Vik diz que achava que as pessoas que alí estavam eram como o lugar: lixo. Porém, sem uma atitude de pretensão, ele foi ao encontro dessa gente, para trazê-los ao centro dos holofotes. A ideia era fotografá-los, fazer arte e com isso contribuir para a melhoria da vida dessas pessoas. Afinal ele por ter sido pobre um dia, não fazia questão em se exibir, e como toda pessoa brilhante e sensível que vem de baixo e surge, queria simplesmente mostrar que o, que eu chamo de, elitismo, no Brasil é perverso e que algo ao fim deve ser feito para combater essa indiferença ao sofrimento alheio.<br /><br />Vik, obviamente, aos poucos, foi percebendo a extraordinária beleza oculta na vida dessas pessoas. Mal sabia ele que a história dessas pessoas era fora do comum. Eram simplesmente histórias de pessoas honestas, sábias, trabalhadores, felizes, e muito mais humanas do que a maioria. Além disso, percebeu como era ele o que mais aprendia com essas pessoas. No fim, nem o lixo era realmente lixo, ou era, porém extraordinário.<br /><br />Achei o filme impressionante pela sinceridade tanto do Vik, como das pessoas. O filme passa uma imagem que quase sempre nossa sociedade insiste em virar a cara. Isso e o caráter transformador do filme o fazem ser simplesmente imperdível para qualquer um que acredita que mudanças são possiveis ainda que nas mais inóspitas situações.<br /><br />Queria há tempos escrever sobre como tenho me sentido nesses últimos meses desde que voltei. Esse filme simplificou tudo. De um lado, sinto o desejo de Vik. Sinto que devo devolver algo à sociedade. Me sinto muito sortuda, rica, mesmo não tendo muito dinheiro ou fama, por ter aprendido e vivido tudo o que vivi. De outro lado, me vejo na posição de Vik, sendo apenas uma ferramenta na vida de outras pessoas que acreditam em um projeto transformador, seja ele qual for.<br /><br />Acredito que a história de cada um de nós é única. O fato de eu não ter virado símbolo ou referência mundial em alguma coisa não quer dizer que não tenha como fechar o ciclo que comecei há aprox. 12 anos atrás quando me encontrava atada a um passado de sofrimento e pobreza. Ainda falta muito, falta conquistar coisas que me façam sentir que estou "garantida", uma casa, um trabalho, uma familia. Mas, ao mesmo tempo, não sinto que preciso disso tudo para poder dar início a um trabalho mais profundo na sociedade. Não acredito que a 'responsabilidade social' tenha que vir somente das empresas, do governo ou dos indíviduos que estão bem financeiramente. Ela deve vir de todas as esferas da sociedade.<br /><br />O que pretendo fazer nos próximos dois meses é me dedicar em tempo integral ao meu trabalho na comunidade. Esse é meu projeto agora. Não há tempo a perder. Cada dia mais estou convencida que é tempo de dar espaço para isso acontecer. E nada melhor do que olhar para as origens. Começar de onde tudo começou.<br /><br />Vik é um herói, aquele que após longa jornada volta à casa e traz com ele um olhar de fora. Uma luz, uma esperança. Que a vida das pessoas do filme e, a do Vik mesmo, sirvam como exemplo para todos nós. <br /><br />A seguir, vejam o trailer do extraordinário filme "Lixo Extraordinário":<br /><br /><br /><object height="385" width="640"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/BWPU5WNgQ2w?fs=1&hl=en_US"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/BWPU5WNgQ2w?fs=1&hl=en_US" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="640"></embed></object><br /><br /><div style="text-align: right; font-weight: bold;"><blockquote><span class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">"Quando perdemos a capacidade de indignarmos ante atrocidades sofridas pelos outros, perdemos também </span></span></span><span class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content">o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados"<br />-Vladimir Herzog</span></span></span></blockquote></div><span class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content"><br /></span></span></span>Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-38689511102781264262010-10-23T07:45:00.000-07:002010-10-23T09:04:38.065-07:00Under construction...Lembram do <a href="http://betterdaysinamerica.blogspot.com/2010/10/felicidade-tem-nome-o-seu-nome-e-brasil.html">post</a> onde falei da canção "Se essa rua, se essa rua fosse minha..."? Pois bem, agora literalmente, essa rua em questão é a minha... se essa rua fosse minha eu mandava asfaltar já!! rs<br /><br />Acontece que nos últimos dias a rua onde moro foi alvo da equipe da ComGás que veio aqui fazer um trabalho emergencial. É, pelo visto, vieram cuidar de um problema e deixaram outro. Se quiserem ver a matéria da reportagem da Veja sobre o assunto, <a href="http://tinyurl.com/27h857b">leiam aqui</a>.<br /><br />Como a multa pelos "estragos" agora é alta, alguém decidiu que realmente o reparo deveria ser feito o quanto antes. E foi. Bom, está sendo. Hoje de manhã fui acordada com o barulho mais uma vez incomôdo (porém necessário?) de caminhões e gente trabalhando na minha rua.<br /><br />Infelizmente, hoje acordei mal de saúde, pior que nos dias anteriores, a gripe me pegou de jeito. E eu que achava que ia ser mais leve por ter estado doente também quando minha mãe estava aqui, há pouco tempo atrás. Com minha imunidade baixa, aproveitei pra pegar também, mais uma vez, a "bendita" conjutivities! Pelo visto uma vez só não foi o bastante. :(<br /><br />Como dizem por aí, 'ao mau tempo boa cara'. Fui mesmo assim à padaria, preparei um café da manhã delicioso que curti com um bom amigo em casa e depois fui tentar a sorte no consultório médico aqui perto de casa. Na volta percebi duas coisas:<br /><br />1. Houve um acidente "feio" na minha rua. Feio pra dona do carro; aparentemente sem vítimas.<br />2. A rua estava bem zoada. Pior de como estava ontem.<br /><br />O motivo do primeiro não sei, mas sei que ocorreu às 3 da madruga. Provavelmente alguém que bebeu demais e que talvez por causa dos buracos da rua se deu mal (engraçado que a jornalista da matéria meio que previu isso no artigo acima). A razão do segundo é que estão reparando a minha rua. Sei que eles tem até amanhã às 18hr para fazê-lo.<br /><br />Conclusão: a rua está pior do que estava, o trânsito piorou, até acidente teve e ainda tem mais barulho por vir. Nada alentador, né?<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwWQFp0wplZ0KQj55GRiY0U0kCNM4QrUPKI7t69W8QnSouSBGE6-LMZbiHzEw894qySmb413W44Hjzvb9Htw6UVHTFM3FY5PPZdvrrlY0CzLWR12THcOmMvtHNUj7ULhEg2mCqLiP9OS8_/s1600/rua.jpg"><img style="float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px; cursor: pointer; width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwWQFp0wplZ0KQj55GRiY0U0kCNM4QrUPKI7t69W8QnSouSBGE6-LMZbiHzEw894qySmb413W44Hjzvb9Htw6UVHTFM3FY5PPZdvrrlY0CzLWR12THcOmMvtHNUj7ULhEg2mCqLiP9OS8_/s320/rua.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5531262737579999986" border="0" /></a><br />Pois bem... Isso me fez refletir. Ver a rua assim toda destruída, me fez reparar nos buracos deixados na calçada também por conta do trabalho da companhia de gás. E daí pensei na minha situação. Eu me senti como a rua. Toda furada, toda zoada, depois de tudo que peguei nas últimas semanas eu ainda era como a rua: estava <span style="font-style: italic;">under construction</span>, em reformas.<span style="font-size:78%;"><br /></span><div style="text-align: right;"><span style="font-size:78%;"><br />Foto tirada pela Revista Veja da reportagem acima.</span><br /></div><br />Pode ser a conjunção astrológica: lua cheia, sol entrando no meu signo, etc e tal. Pode ser também, como aqui dizem "inferno astral" ou meramente coisa pessoal, mas o fato de eu estar com tantos chiliques demostra mais uma vez o processo de mudança pela que venho passando. O desejo de cumprir minha missão na terra e o processo de limpeza que isso carrega, limpeza de tudo o que não serve mais, do que me faz mal. Talvez não seja tão ruim ficar doente. Talvez os buracos sejam realmente necessários se no fim tudo for renovado. Se no fim ficar melhor.<br /><br />Mal posso esperar o final que terá minha rua. Por enquanto <span style="font-style: italic;">is a mess</span>, mas logo mais ficará novinha em folha. Assim espero, assim tem que ser. Não é?Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-30115231162846022662010-10-20T18:33:00.000-07:002010-10-23T09:17:55.253-07:00Jornalismo, sonho ou realidade?Ok, confesso que estou há séculos querendo escrever um post legal sobre o que tem sido essa minha volta ao Brasil. Mas com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo até esqueci como ia contar isso sem ser repetitiva.Deu saudades de vir aqui no blog, mas tudo o que consigo pensar é sobre a minha vida profissional. Então vou sair da rotina e falar de algo que realmente não tem muito a ver com o Brasil, os EUA, o Chile ou a América mas que tem tudo a ver comigo, é claro!<br /><br />Passei um bom tempo tentando decidir se o Jornalismo era ou não pra mim. Já vão 10 anos, até mais, e ainda não sei bem se é. No fundo, no fundo, sei que é tudo que sempre quis fazer. Mas algo me diz que não é bem o caminho. Pelo menos, não ainda, não do jeito pelo qual entendemos hoje jornalismo. Acho que sofro do seguinte: medo de não servir pra algo que amo... e ao mesmo tempo, de confundir o desejo de escrever com o jornalismo.<br /><br />Vamos por partes. Primeiro, neste post, vou falar sobre o meu medo de não servir para o jornalismo. Não que eu realmente ache que seja o caso, mas me questiono muito sobre o assunto De fato, levo anos me questionando. Tá mais do que na hora de encarar... Na verdade eu fui deixando pra lá a possibilidade de entrar na profissão por dois grandes motivos. Primeiro, pela falta de oportunidade de estudar o que gostava no meu país e, segundo, pela dificuldade com o idioma inglês quando comecei a estudar nos Estados Unidos. Mas e agora, agora qual é a desculpa?<br /><br />Bom, aparentemente não há mais nenhuma. Quando cheguei ao Brasil, há aproximadamente 4 meses e meio, já vim com um emprego garantido em uma agência de publicidade. Nos três primeiros meses nem parei para respirar. Foram tantas mudanças, tanto trabalho, tantas emoções que fiquei desnorteada. Somente agora pouco que decidi deixar a agência para decidir qual caminho tomar, é que tenho tempo para definir o que quero ou não quero.<br /><br />Em Nova York, antes de vir para cá, tive a oportunidade de escrever para o jornal da minha universidade. Com a vida super corrida de lá, pude apenas escrever alguns poucos artigos mas que provaram que capacidade eu tenho para escrever. Também fiz dois testes, um para ser jornalista de negócios em um jornal online e o outro para ser uma espécie de jornalista, também de negócios, escrevendo relatórios sobre as notícias para empresas. Os dois testes foram em inglês. Nos dois fui muito bem. Poderia muito bem ter seguido um ou outro caminho sem problema. De fato, quase segui um desses caminhos. Tenho certeza que eles seriam ideiais caso fosse entrar na área. Escrever notícias de negócios em inglês, aparentemente, é bem mais fácil para mim do que escrever um profile (perfil) ou outro artigo em português. A prova disso é que não passei em um outro teste que fiz no Wall Street Journal para trabalhar como tradutora de inglês-português. Depois de 10 anos fora, sem nunca ter feito faculdade aqui e com apenas 2 anos de colegial no Brasil após anos no Chile, não foi nada fácil fazer uma tradução de um texto jornalístico, do nível de um dos jornais mais importantes do mundo na área.<br /><br />Pois bem, voltei ao Brasil e aqui meu português volta aos poucos a ser o que era. E fica cada dia melhor. Porém, me pergunto, se ainda assim devo seguir em uma área tão concorrida em um mercado tão pequeno. De novo, meus olhos se voltam para o jornalismo em inglês. Mas daí me deparo com o tal problema de onde usar essa habilidade. No Brasil não existem muitos meios de comunicação, muito menos em inglês. A ideia do blog vem a tona uma e outra vez. Mas...<br /><br />É, como bem diz meu pai, sempre tem que haver o bendito 'mas' na história. Mas acontece que desde que sai do emprego aconteceram tantas coisas que nem sei bem por onde começar. A visita de minha mãe, por exemplo. Sim, ela veio me visitar!! (Veja foto do lindo reencontro logo abaixo) Alem disso o meu trabalho acumulado contribuiu para que não tivesse tempo de pensar... Daí, pensei. Minto. Não pensei não, agi. Na hora que vi que teria tempo para um <span style="font-style: italic;">break</span> para pensar, entre outras coisas na minha carreira, no sonho da minha vida... eu larguei tudo e fui. Assim que todas as responsabilidades foram cumpridas embarquei para o Rio de Janeiro no feriadão para visitar meu "anjo da guarda", meu amigo David, e além dele, o Cristo - lógico.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8e6AH6xAO9papAQdn4s6_rH4ftf7apB7zupzK0g9z2QQfwiL7Rs_cSIWx_mEIt7kFeaUqZhC0QQj8SZwopM50JDqAAqAaSNmgPtoF5sSUOs0EtxWx6P9kfiC6bv-8BnaIQuBSBPwFhjYf/s1600/DSC03315.JPG"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8e6AH6xAO9papAQdn4s6_rH4ftf7apB7zupzK0g9z2QQfwiL7Rs_cSIWx_mEIt7kFeaUqZhC0QQj8SZwopM50JDqAAqAaSNmgPtoF5sSUOs0EtxWx6P9kfiC6bv-8BnaIQuBSBPwFhjYf/s320/DSC03315.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5530320356216216786" border="0" /></a><br /><span style="font-size:85%;"><br /><span style="font-style: italic;">Eu e mãezinha curtindo uma boa feijoada, com música ao vivo em um restaurante chiquérrimo na Vila Madalena.</span></span><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><div style="text-align: center;"><br /></div><br /><div style="text-align: left;"><div style="text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaxVYgHUUKviBhr3UAM1JrxdO6tfVEW4OdHPzWfYfrWwH98GUG2KljF3ei6MKp5sX2TYV5TggwiE9oxsdHpYK2S-esTfy9LKxPklanAdnRGAYV_TW0SlIrRmmJaB5TLVykqH5OeXC6Jmno/s1600/DSC03385.JPG"><img style="float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px; cursor: pointer; width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaxVYgHUUKviBhr3UAM1JrxdO6tfVEW4OdHPzWfYfrWwH98GUG2KljF3ei6MKp5sX2TYV5TggwiE9oxsdHpYK2S-esTfy9LKxPklanAdnRGAYV_TW0SlIrRmmJaB5TLVykqH5OeXC6Jmno/s320/DSC03385.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5530325476574122818" border="0" /></a></div>Era tudo o que queria... desde que cheguei ao Brasil venho querendo ir à praia. Anelava o calor, o sol, o mar, a areia. E só agora consegui. Nem preciso dizer que chegando lá não fui capaz de pensar em nada. De fato, foi o melhor que pude fazer. Aprendi várias coisas nessa minha breve viagem, um <span style="font-style: italic;">mini-break</span>, à Cidade Maravilhosa, que logo postarei por aqui.<br /><span style="font-style: italic;font-size:85%;" ><br />Meu "anjo da guarda", David, e o Cristo. Sou muito abençoada!!</span><br /><br />E no fim das contas, o Jornalismo?? Pois é, mal voltei, aliás, mal fui, já tive uma oferta de emprego!!! É um freelance temporário, porém uma oportunidade maravilhosa a qual estarei compartindo aqui mais pra frente. Obviamente voltei e já comecei a trabalhar nisso.<br /></div><br />Nessa correria toda nem dá tempo pra pensar muito... O jeito é descobrir na marra se é só sonho ou realidade. Me questiono ainda coisas bobas, acho que o jornalista deve ser assim extrovertido, etc e tal faço uma lista do que eu não sou e acho que assim é um jornalista. No fundo, no fundo, sei que não é bem assim. Que há espaço pra tudo no jornalismo e que tenho muitas coisas a meu favor. Falo bem três idiomas, tenho uma experiência de vida valiosíssima, sou curiosa, trabalhadora, organizada, persistente, etc e tal. Tenho tudo pra dar certo, especialmente em tempos como os nossos onde ser requer mais do que um jornalista. Se requer inovar, usar a rede (online e offline) para crescer. Sei que posso dar muito certo... porém ainda penso, quero dizer, me pergunto quando ainda tenho tempo pra perguntar... será que é sonho ou realidade?<br /><br />Cada dia me aproximo mais do sonho... tenho certeza disso. A resposta virá com o tempo, se o tempo permitir. rsrs Vou lançar pro universo e esperar um dia obter a resposta. Vou deixar este post com uma canção que me veio à cabeça hoje à noite. Acho que tem tudo a ver com este momento de indecisão em relação à minha carreira. Afinal, estou otimista apesar das circunstâncias, por vezes, nem tão alentadoras. . Estou fazendo tudo o que posso e isso já basta, pelo menos por enquanto.<br /><br />No fim das contas, nem sempre o sonho é tão lindo quando se torna realidade, então às vezes vale a pena esperar... nem que seja mais um pouco para decidir se o que faço é bom o suficiente, ou não, ou se devo fazer mais para viver o sonho.<br /><br /><br />OPTIMISTIC<br /><br /><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/bbuKubgm1Hk?fs=1&hl=en_US"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/bbuKubgm1Hk?fs=1&hl=en_US" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="480"></embed></object>Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-32343990946731409612010-10-08T20:54:00.000-07:002010-10-08T21:20:06.739-07:00Felicidade tem nome. O seu nome é Brasil"Se essa rua, se essa rua fosse minha.... eu mandava, eu mandava ladrilhar. Nessa rua, nessa rua tem um bosque.... que se chama, que se chama solidão. Dentro dele, dentro dele mora um anjo. Que roubou, que roubou meu coração"<br /><br />Lembrei agora pouco dessa linda canção popular.... Ahhh que maravilha é poder finalmente poder ouvir essa música e não sentir tristeza ou melancolia. O único que sinto é felicidade. Feliz estou de estar no meu país. E sim, há razões de sobra para não estar contente ... no lado pessoal e no coletivo, mas não é o que sinto. Porque será?<br /><br />Buscando no YouTube a melhor versão da cantiga, encontrei essa versão aqui, e para minha surpresa veio com um extra bônus. Vejam:<br /><br /><br /><object height="385" width="640"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/S5KGYKVZTog?fs=1&hl=en_US"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/S5KGYKVZTog?fs=1&hl=en_US" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="640"></embed></object><br /><br /><div style="text-align: center;">"Sonho Meu.... <span style="font-style: italic;">Quem não tem sonho? Quem tem sonho, cante. </span><br />Vai buscar quem mora longe. Vai mostrar esssa saudade, com a sua liberdade. No meu céu a estrela guia, a madrugada fria só me traz melancolia, sonho meu."<br /><br /><div style="text-align: left;">O sonho é aqui, a vida é agora. O sonho buscou, me trouxe de volta. Já não há mais tristeza ou solidão. Só mesmo alegria e felicidade. Só mesmo ela para lutar por dias melhores em um país cheio de desigualdade e hipocrisia mas que não cansa de acreditar e sabe que a vida é bela, e faz dela mais bela por simplesmente ser que é.<br /><br />Declaro meu amor pelo Brasil mais uma vez. Pelas suas belezas e complexidade, com paixão e devoção posso dizer hoje e sempre BRASIL, EU TE AMO!<br /><br /><br /><br /><br /></div></div>Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-87223145512482841312010-08-27T16:51:00.000-07:002010-08-28T15:20:07.291-07:00Tudo menos a verdade.Há algum tempo atrás fiquei super angustiada com a <a href="http://www.bringseanhome.org/letter_port.html">história de David Goldman</a>, um pai americano que lutava pelo filho na justiça brasileira. O caso dele longe de ser simples pois envolvia dois países, um deles sem o mínimo de respeito às leis internacionais de proteção à menores (no caso, o Brasil), era marcado com provas de injustiça contra o pai. O pior de tudo, porém, foi descobrir que mesmo após o <a href="http://latampost.blogspot.com/2009/12/christmas-miracle-father-and-son.html">desfecho "feliz" </a>(afinal, 4 longos anos e meio longe do filho é longe de ser uma situação feliz) a mídia brasileira (grande parte dela, pelo menos) continuava a falar mentiras sobre o caso que gerou tanta polêmica.<br /><br />Mentiras gritantes, mentiras nojentas. Mentiam do mesmo jeito que faziam há anos atrás (quando eram as únicas e soberanas fontes de informação) mesmo com a poderosa presença da Internet e o ativismo nas redes sociais. Isso me deixou mais do que angustiada, me deu ira, desgosto mesmo, na alma!! Me refiro especificamente à entrevista que David concedeu à imprensa, alguns dias após a chegada dele com o filho aos EUA, e que demonstrou mais uma vez em que nível de ignorância as pessoas no Brasil se encontram se dependerem forem dos meios de comunicação usais para se informar.<br /><br />É por isso que quando leio notícias e pesquisas que apontam a Dilma disparada na frente na corrida eleitoral ou vejo políticos fazendo propaganda eleitoral disfarçada de mensagem no Twitter, como costuma acontecer com o Serra, ou até mesmo com a Marina, nem me importo em analisar - já sei que aquilo é no mínimo enrolação. O brasileiro típico gosta de saber tudo, tudo, menos a verdade. Ele não sabe, nem quer mais distinguir mentira de verdade. Ele pensa que é, por exemplo, normal a violência no Rio ou em SP ou onde quer que seja pois alega que é simplesmente esporádica. Ele prefere ser indiferente por conveniência às más notícias mas quando estas chegam a ser manchetes de jornal como foi o outro dia a invasão improvisada ao hotel Intercontinental, entram em estado profundo de "denial" - ou seja, nega tudo.<br /><br />Como eu nem sou do Rio, nem nunca morei lá e como em SP não houve nenhum incidente semelhante recentemente que saiba (a não ser pelos usuais assaltos que ocorrem aqui ou acolá) não entrarei em detalhes sobre a violência. Ao invés disso, falarei sobre de um dos três problemas mais graves que os paulistanos insistem em ignorar: a poluição.<br /><br />Outro dia, acho que foi no comecinho desta semana, li no jornalzinho de rua o "<a href="http://mtv.uol.com.br/noticias/mtv-brasil-lanca-novo-jornal-impresso-conheca-o-mtv-na-rua">MTV na Rua</a>", estilo Metro (o mesmo que é famoso em vários países) só que para público jovem, que o Tietê está cada vez melhor. Tanto que até fizeram uma espécie de tour pelo rio esses dias, com direito à música de jazz e convidados. Pra ser justa com a reportagem, devo dizr que alí também diziam que ainda que o nível de poluição tivesse melhorado, levaria vários anos mais para chegar a uma situação ideal. Mas o artigo era no geral otimista demais, dizia que logo mais nosso querido rio viraria um Sena ou outro que também um dia era altamente contaminado. Além disso, o artigo dizia que o maior motivo de contaminação eram os pneus alí jogados e apenas levemente culpava o estado do mesmo ao fato do rio ainda servir de esgoto da cidade.<br /><br />Tá certo que a situação do Tietê melhorou e muito, mas peraí minha gente... peraeee. "Melhorou" mas está bem longe de ser uma situação normal. Não sei aonde aquele tour com direito a músico de jazz rolou, mas no meu dia-a-dia o cheiro de merda (sim, é de merda mesmo) é intolerável nas cercanias do rio. Como cheiro é algo difícil de provar tirei algumas fotos do lixo do rio.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0CoRiUWUTROWA6V3KnxqOBWRvufbPZPQMxORMkxhKPrT9Rp_Ka_0EI9b75ivJEL7uvMogV4VSiRhGtUWBuhDC0P-YKYQ20rcG5pOdBUuYFPl_92WhJNBo2DCjyImLEaWCafoHMwkRjdho/s1600/DSC03018.JPG"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0CoRiUWUTROWA6V3KnxqOBWRvufbPZPQMxORMkxhKPrT9Rp_Ka_0EI9b75ivJEL7uvMogV4VSiRhGtUWBuhDC0P-YKYQ20rcG5pOdBUuYFPl_92WhJNBo2DCjyImLEaWCafoHMwkRjdho/s320/DSC03018.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5510256532853516002" border="0" /></a>Fotos tiradas hoje do lixo visto no rio próximo à marginal Pinheiros.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSLQKhySULhgfeBdUxN-IiVfxb3_TuD4NqmJad5eI0pX2bfeSyq7sDxbCTCl4ASacK6jnUCsdLyvSAA2DxiM_13AgSNKgrJOi_HZeayKPGh3hTaBmszBUX4julBydmfptRL5-aMvDLCNV8/s1600/DSC03029.JPG"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSLQKhySULhgfeBdUxN-IiVfxb3_TuD4NqmJad5eI0pX2bfeSyq7sDxbCTCl4ASacK6jnUCsdLyvSAA2DxiM_13AgSNKgrJOi_HZeayKPGh3hTaBmszBUX4julBydmfptRL5-aMvDLCNV8/s320/DSC03029.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5510256970861846530" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj72o5XVsK0YOu23cuw2g_yGZzZzsLJES7ftiURxhaWJKGx0fFsJucYDgAAecl41kjJle1CNDTsh8b_F_rrKPhBks7GC3Imsa3dRNKy6fKz_k42WpPH0ECuz0KISbUnnW5S-IRf-aBk3yMY/s1600/DSC03014.JPG"><img style="float: right; margin: 0pt 0pt 10px 10px; cursor: pointer; width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj72o5XVsK0YOu23cuw2g_yGZzZzsLJES7ftiURxhaWJKGx0fFsJucYDgAAecl41kjJle1CNDTsh8b_F_rrKPhBks7GC3Imsa3dRNKy6fKz_k42WpPH0ECuz0KISbUnnW5S-IRf-aBk3yMY/s320/DSC03014.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5510257603437860290" border="0" /></a><br /><br />Então, né... o povo quer ouvir de tudo menos a verdade. Há dias que o cheiro é tão forte que é necessário cobrir o nariz e prender a respiração ao passar perto do rio. É mil vezes pior que qualquer cheiro de banheiro entupido mas mesmo assim não vejo ninguém se indignando como o fazem caso isso aconteça nos seus lugares de trabalho ou sua própria casa. Sinal que as pessoas ou se acostumaram (o que duvido com a postura altamente crítica dos brasileiros em relação à limpeza) ou então não se acostumaram mas são tão indiferentes à merda que preferem fazer de conta que não existe e acreditar em meias verdades como essa da reportagem - afinal, o rio está BEMMM melhor e como não há solução mesmo, né?<br /><br />É essa postura conformista e de indiferença à realidade que mais me incomoda. E não é que isso não exista por exemplo nos EUA, principalmente nas gerações mais novas e em alguns setores mas isto aqui, o que vejo aqui... isso é simplesmente INACEITÁVEL.<br /><br />Masss, claro, ninguém quer saber da verdade por aqui, tudo menos ela.<br /><br />Faz tempo que não escrevia um post e desde que parei (há aprox. um mês?) queria fazer um post sobre a poluição, pois era até então meu maior problema no processo de adaptação à vida no Brasil, em São Paulo. Aos poucos vão aparecendo as questões... mas na verdade o pior de tudo, é sem sombras de dúvidas, não só a poluição, ou o excesso de mentiras, mas a indiferença à verdade. E como disse esta semana no <a href="http://www.riogringa.com/">blog da RioGringa</a>, sem a verdade, sem encararmos a realidade, não há como mudar nada. Esse é, afinal de contas, o primeiro passo no tratamento do alcoolismo, por exemplo. E esse também é o primeiro passo no tratamento de nosso país viciado em mentiras, envenenado em sua própria indiferença aos problemas do cotidiano.<br /><br />Sei que peguei pesado mas se vocês soubessem... a última agora foi a preocupação dos jornais com o ar seco, quando o problema não é bem esse. O problema é a poluição criada em grande parte pelo descaso, por exemplo, com a situação no transporte... o trânsito só tende a piorar e com o aumento do poder aquisitivo, a frota veicular só aumenta... o que me leva a falar sobre o próximo grande problema: o excesso de veículos nas ruas e o trânsito descontrolado na cidade - que ficará para um próximo post.Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-37259640449453914302010-07-08T21:20:00.000-07:002010-07-09T15:53:03.411-07:00When something ends, something else beginsJá faz mais de um mês desde que cheguei em São Paulo. Muitas coisas aconteceram que mereciam posts, mas por um motivo ou outro não puderam ser escritas. Talvez este não seja o momento mais oportuno pra escrever mas quem sabe não é justamente ao contrário. Veremos...<br /><br />Hoje , pela primeira vez desde que cheguei, fiquei triste. Pode-se dizer que tudo começou no dia 4 de julho, domingo passado, um mês exato da minha chegada, com um certo sentimento de melancolia. Mesmo que passageiro, não pude evitar... achei estranho não estar lá nos EUA, senti faltas das minhas boas amizades e também da minha irmã, meu apartamento, minhas coisas...<br /><br />Desde que escrevi o último post irônicamente intitulado "<a href="http://betterdaysinamerica.blogspot.com/2010/06/lua-de-mel.html">Lua-de-mel no Brasil</a>", tive um reencontro emocionante com meu pai (faziam aprox. 10 anos que não nos viamos), fiquei doente (peguei a famosa "conjutivitits") sendo obrigada a ficar em casa sem trabalhar por 10 dias, o Brasil ficou fora da copa, meu pai foi embora, voltei ao trabalho, revi meu ex-namorado... enfim, básicamente isso. O fato é que tanta mudança, tanta emoção (de rever meu país, meu pai, etc.) mexeu demais comigo. Só que eu só vim perceber isso agora. Parece que agora caiu finalmente a ficha... a vida que era já não é mais, os sonhos não são os mesmos e o pesadelo finalmente acabou. Mas será?<br /><br /><div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaU2m_1B7sJUJgLFtgqXmOvaR2AdnP9ii1bm4usYzYd-D-d6ncdivI8AKFBUS9NR4-YSbAnDKcibgvY3Fx7Ajh6ESWb4mEA3OYkVJkeaIXFEGC3J2kn8ineyLp9mhBVyjIqkDvEkYwlNEQ/s1600/36434_405051748450_639938450_4378966_7682366_n.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaU2m_1B7sJUJgLFtgqXmOvaR2AdnP9ii1bm4usYzYd-D-d6ncdivI8AKFBUS9NR4-YSbAnDKcibgvY3Fx7Ajh6ESWb4mEA3OYkVJkeaIXFEGC3J2kn8ineyLp9mhBVyjIqkDvEkYwlNEQ/s320/36434_405051748450_639938450_4378966_7682366_n.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5491769991122306850" border="0" /></a><span style="font-size:85%;"><br />PAPI & EU NO AEROPORTO</span><br /></div><br />Desde que cheguei aqui tenho estado muito feliz, extremamente otimista e todo esse estado de ânimo tem me afetado muito, para o bem - claro. Nos últimos dias tenho comido de tudo (e comido pra caramba) e ainda sim estou perdendo peso (quero dizer, voltando ao meu peso normal). Mas a verdade é que apesar de estar 110% feliz com a mudança, há uma parte de mim que ainda não assimilou direito a perda. Afinal, 10 anos em outro país, em outra cidade, é uma separação, uma morte digamos assim...<br /><br />Hoje ao ver um filme aqui em casa, desabei, todo aquele sentimento guardado (que tinha ficado abafado pelas alegrias de estar aqui e a presença do meu pai) vieram à tona. Aquela sensação de frustração, de perceber que ainda falta muito chão pela frente, que as dívidas continuam, que o excesso de trabalho deve continuar, que certas coisas já se foram e não voltarão, que minha "casa" não vai ser mais a que era (leia-se Nova York) e que a solidão ainda existe - apesar dos inesperados reencontros - me afetou.<br /><br />O filme era uma história supostamente romântica mas triste também. Não vou contar os detalhes mas era básicamente sobre um cara que perdeu a esposa em um acidente e volta a se apaixonar. No fim (e depois de várias soluçadas - da minha parte, lógico), ficou essa frase:<br /><br />"...When something ends, something else begins"<br /><br />Aceitar algo que se acaba não é fácil. Já passei por isso várias vezes. Porém sempre insisto em ignorar, de fazer de conta que não acabou, mas a verdade é que enquanto não se fecha uma página da nossa vida e, como dizem por aqui, se passa a "bola pra frente" a gente fica <span style="font-style: italic;">stuck</span>, não consegue avançar - fica só dando na mesma tecla mesmo com o teclado sendo diferente.<br /><br />Esses dias em São Paulo tem sido muito bons pra mim mas agora está na hora de encarar a realidade de novo. Há muito por fazer e não dá pra viver só de ilusão. Porém antes de arregaçar as mangas e continuar com garra na luta, acredito que é necessário deixar pra trás o que não serve mais. No caso, me despido de Nova York, dos Estados Unidos, com certa tristeza, por tudo de bom que vivi lá, mas também com a certeza que era necessário pois só assim sou capaz receber as maravilhosas bençãos que recebo agora.<br /><br />Afinal, "quando algo se acaba, algo novo começa"Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-49840624284139979952010-06-16T18:47:00.000-07:002010-06-16T19:45:12.584-07:00Lua-de-mel no BrasilSim, nada mudou ainda. Desde que cheguei aqui, há quase 2 semanas, ainda continuo em estado de choque... no bom sentido, é claro. Vivo em uma constante fase de lua-de-mel. Até quando irá durar... não sei, nem quero saber. Estou curtindo e se Deus quiser não irá passar tão rápido.<br /><br />Por que, vocês se perguntam? Por que depois de tantos anos fora do país amado, em supostamente um país desenvolvido, eu iria sentir falta de um país, afinal de contas, tupiniquim? Oras, motivos não faltam... americano que o diga. Ficam encantados com o país. Já dei muita aula de português para americano enquanto morava em Nova York, e sempre, sempre, era a mesma história... eram pessoas que gostavam de viajar, geralmente curtiam a América Latina e um dia por curiosidade ou destino acabaram vindo pra cá. E, é claro, se apaixonam e daí vivem voltando... são vítimas fatais do Brasil e sofrem pra sempre daquela doença chamada saudade. :)<br /><br />Sinceramente, até hoje não vi alguém não vir aqui e não se apaixonar. Até os argentinos, acho eu, que se encantam. Como não gostar? Tenho vontade de arrancar os cabelos da cabeça quando ouço brasileiro dizer que morar fora é melhor. É mesmo? Em sua grande maioria essas pessoas nunca foram nem para o Uruguai, nem a Argentina ou muito menos o Chile que estão aqui do lado. Ou se foram, vão só de férias. Não sabem o que estar fora do país por 1 ano ou mais. Não sabem o que estão perdendo aqui, acredito eu.<br /><br />E o que é isso? Sim, o que é isso de tão maravilhoso que os americanos e provavelmente muitos outros estrangeiros adoram e os brazucas perdidos pelo mundo afora sonham todos os dias em ter? Não vamos dizer que é só porque o Brasil está "indo bem" agora econômicamente que todos querem estar aqui. Porque, cá entre nós, o dinheiro aqui não rende nada, principalmente se você for qualquer artigo importado. Na verdade, nem pensar em gastar dinheiro com isso aqui. Não. Não é isso, mas claro que contrubui o clima de otimismo com o país.<br /><br />Então o que é? Será a comida maravilhosa, frutas frescas, variedade de salgados, doces, pratos e bebidas em geral. Será o cafezinho ou o futebol? Será a criatividade do nosso povo, seu bom humor e famoso "jeitinho" de levar e curtir a vida? Será o clima ou simplesmente as espetaculares praias e belezas naturais? Será nossa música ou ginga? Ou simplesmente o calor humano? Será tudo isso ou será que não é nada disso? Será que é simplesmente um sentimento inexplicável que se apodera da gente?<br /><br />Não sei. Só sei que o Brasil sigue sendo o mesmo... apesar das mudanças, pro bem ou pro mal que ocorreram nos últimos 10 anos. E que esse Brasil de verde e amarelo, de sons e cores e muito carnaval é o meu país e o país de todos aqueles que por este país se apaixonam. Gringos ou não.<br /><br />Como disse no Twitter, meu nível de estresse nos EUA era de mais de 100% e aqui até agora de 0,00001% Logo, não tenho motivos para reclamar. No entanto, sei que a "lua-de-mel" um dia acaba e as questões de sempre logo serão motivo para um post nem tão positivo. Mas por enquanto... fiquem com a voz da imortal Gal Costa "Lua de mel":<br /><br />Lua-de-mel<br />Mamam mamãe<br />Eu tô em lua-de-mel<br />Eu tô morando<br />Num pedaço do céu<br /><br /><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/bfdI-FkO62E&hl=en_US&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/bfdI-FkO62E&hl=en_US&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="480"></embed></object>Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-183802143565855542010-06-11T07:31:00.000-07:002010-06-11T08:14:10.484-07:00Clima de CopaOlá, amigos!<br /><br />Faz tempo que não escrevo nada por aqui. Da última vez estava ainda em terras estrangeiras. Agora, já no Brasil, e em plena época de Copa, volto a escrever. Tema é que não falta. A adaptação, as pequenas e grandes alegrias, os acontecimentos dos últimos dias, a saída dos EUA, etc.<br /><br />No entanto, vou falar do clima da Copa pois resume bem tudo isso que estou vivendo. Aqui no Brasil já sabem como é... lojas, ruas e até lugares comerciais são enfeitados com bandeirinhas brasileiras, tudo é verde e amarelo. Vendem-se camisetas e outros artigos para festejar já em antecedência daquele famoso "É Gooooool do Brasil il-il-il !!!" do Galvão Bueno.<br /><br />Sem contar as promoções e os comerciais (geralmente que tem a ver com cerveja e a Argentina - rsrs) as notícias que bombardeiam a TV com história de outros mundias e a famosa Globo cobrindo a Copa com a Fátima Bernardes.<br /><br /><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/wLLT1d8xwsw&hl=en_US&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/wLLT1d8xwsw&hl=en_US&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="480"></embed></object><br /><br />Mas tirando tudo isso, o clima da Copa é uma época onde o Brasil para e até as empresas fecham (funcionários saem mais cedo) para poder torcer pelo país amado. A paixão pelo país e pelo futebol é evidente. A alegria e vida do brasileiro fica evidente. Assim me sinto em relação ao Brasil desde que cheguei aqui. Tudo é alegria, tudo é celebração. Estou em clima de festa. Um verdadeiro estado de "lua-de-mel" com meu país que sinceramente espero que não passe nunca.<br /><br />Minha prima me perguntou se tinha o Kit da Copa e, claro, nem me lembrava disso. Ela prometeu me conseguir um e pensei puxa que maravilha, até Kit pra Copa aqui tem. E quando penso que nos EUA, em Nova York, nem assistir direito o jogo a gente assistia... a gente tinha que adivinhar quando alguém fazia um gol na ESPN ou aturar o narrador argentino falar mal do Brasil e seus jogadores no canal hispano em qualquer jogo que a gente jogasse. Agradeço a Deus, uma e outra vez de ter deixado aquele país, que me deu muitas coisas boas ... mas que naquele âmbito é morto.<br /><br />Se não acreditam, leiam <a href="http://coisasdeamerica.blogspot.com/2010/06/aaah-que-saudade-do-brasil-na-copa.html">aqui</a> o depoimento de uma amiga brasileira que mora por lá.<br /><br />Viva a vida. Viva a Copa. Viva o Brasil!!!Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-73926763303131972842010-05-30T07:21:00.000-07:002010-05-30T07:55:26.078-07:00Contagem Regressiva!!<span style="font-style: italic;">Time flies. </span>O tempo vôa.<br /><br />Esses dias todos eu fiquei por aí, "escondida", vocês já imaginam porque. Corre corre dos preparativos próprios de deixar o país após 10 longos anos, que, aliás, passaram voando.<br /><br />Além disso... fiquei muito<span style="font-style: italic;"> sick</span>. Aqui tem uma palavra em inglês que é mais ou menos equivalente à saudade, dizemos <span style="font-style: italic;">homesick</span>. Geralmente se tem isso após sair de um lugar que se considera seu lar. No meu caso, eu fiquei <span style="font-style: italic;">home-sick</span> mesmo. Ou seja, fiquei doente em casa. Como assim? Pois é, fiquei bem doente esses dias já em antecipação à minha saída daqui. Quer dizer que de agora em adiante não poderei ficar mais <span style="font-style: italic;">homesick</span> ou <span style="font-style: italic;">home and sick</span>. ;-)<br /><br />Mas essas são águas passadas, assim como tudo o que já vivi aqui. Agora só miro o futuro, o futuro de volta no meu país lindo e maravilhoso. Minha cidade amada. Com todos seus problemas (trânsito, segurança e poluição) e oportunidades... eu volto com os braços abertos, assim como o Cristo Redentor, mas com perspectivas humanas. Afinal, sou apenas uma mortal que ainda tem muito por aprender e muito chão pela frente.<br /><br />Meu pai sempre dizia "Caminhante não há caminho, se faz caminho ao andar". Pura verdade. Vou deixando todo o caminho percorrido, para criar outro ainda desconhecido, por vir. Para alguns esse caminho é completamente absurdo. Afinal, para quê deixar esse país "desenvolvido" como dizem, para ir à um que é ainda bem menos avançado? Como explicar? Posso falar e falar e falar mas só aqueles que moram (ou já moraram) fora do país, em qualquer país, conseguem compreender. E mesmo assim, nem todos entendem. Como explicar experiências pessoais à outras pessoas? Impossível.<br /><br />Aqui no MTA (Metropolitan Transportation Authority), que é a empresa que se encarrega do transporte de Nova York, eles sempre dizem - principalmente se você anda de metrô: <span style="font-style: italic; font-weight: bold;">"Sometimes you have to move backward, to move forward"</span> em uma frase que se refere à necessidade de retroceder, para avançar. Dizem isso porque às vezes o metrô passa (pula) uma estação e depois volta já que fazem construções (eternas manuntenções, na verdade) nas vias para melhorar o sistema.<br /><br /><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/2fcxLdjT6xo&hl=en_US&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/2fcxLdjT6xo&hl=en_US&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="480"></embed></object><br /><br />É assim que eu vou descrever meu<span style="font-style: italic;"> move</span> daqui pra frente. Se alguém perguntar, mas por que voltar para o Brasil? <span style="font-style: italic;">Oh NY is so</span> chique, <span style="font-style: italic;">sooo nice</span>. <span style="font-style: italic;">Well</span>, às vezes você tem que retroceder, para avançar. O que é uma grande verdade na vida. Nunca sabemos o que a vida nos trás, às vezes as maiores bençãos se transformam em tormentos, e as maiores 'maldições' se transformam em bençãos. Eu acredito no bem, na vida, no otimismo brasileiro. E por isso que conto tudo como uma grande benção. Sei que nem sempre tudo na vida é linear, e se alguém ainda tem dúvida...<br /><br />O Caminho se faz ao andar, minha gente!! Aqui, no Brasil ou na China. Nós somos os capitães de nosso destino, com ou sem boa economia. Com ou sem bom tempo. Basta acreditar. Não adianta pensar aqui é melhor, ou alí é pior. Existe tua vontade, e tua vontade somente em mudar o que precisa ser mudado, e aceitar o que ainda não pode ser mudado.<br /><br />E enquanto isso... começa a contagem regressiva. Hoje tem uma festinha entre amigos para dizer <span style="font-style: italic;">"goodbye"</span> e espero poder postar, mas talvez o próximo post será feito lá no Brasil. :)<br /><br />Até logo mais!!Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-21543252060549951662010-04-26T18:01:00.000-07:002010-04-26T18:53:57.935-07:00Novidades...Bom, faz tempo desde a última vez que postei. Depois de um período de "<span style="font-style: italic;">ups & downs</span>", veio um período de muita dúvida e até mesmo medo, quase paralizante. Graças a Deus, isso não durou muito. Cada dia que passa percebo que este meu caminho de volta é o caminho certo, o meu caminho. Minha vida nunca foi igual à da maioria das pessoas e não era agora que ia ser diferente.<br /><br />Vamos lá. Vou contando as novidades:<br /><br />1. Consegui alugar o quarto por alguns dias em maio. Além de me ajudar com o aluguel do apto. e aliviar o estresse - já que minha <span style="font-style: italic;">roommate</span> decidiu sair assim "de repente" - me dá espaço para ajeitar minhas coisas e ficar tranquila. É uma senhora que vem da Califórnia conhecer seu neto recém nascido. O casal é um amor e mora aqui perto. Depois vou postar fotinhos pra vocês verem.<br /><br />2. Apesar de ainda não decidir a data de saída, está quase claro o destino. Ainda não quero dizer onde com absoluta certeza, pois depende de uma coisa só: de um emprego. Mas está quase certo que é o Brasil. O lado bom disso tudo é que iria voltar para minha pátria amada (uma delas) e já teria algumas chances de começar a trabalhar. O lado menos legal é que não iria ver minha familia, que não vejo há aprox. 10 anos. Mas nisso eu dou um jeito logo logo, com a graça de Deus.<br /><br />3. Tenho alguns contatos ótimos de trabalho no Brasil. Estou muito feliz com isso e ainda com as dificuldades que se aproximam, me sinto muito animada. Mal posso esperar ter plano de saúde, colegas de trabalho, vale-refeição e transporte além de comer comida mais saúdavel e fazer mais exercício, é claro, não vejo a hora de curtir os feriados... e férias!! rsrs Mas isso ainda está bem longe de se concretizar. hehe<br /><br />4. Estou vendendo, doando e separando tudo que vou enviar em caixa. Logo mais vem a parte mais díficil que é a separação de minha irmã e tudo mais... Enfim, uma coisa de cada vez. Aliás, esta parte até que estou gostando. Eu sou bem apegada às coisas, já que no passado mudei várias vezes de casa. Tantas vezes e desde que era bem pequena, então me afeta muito ir deixando coisas pra trás... apesar de estar "acostumada". Desta vez, no entanto, está sendo gostoso... estou fazendo a mudança paulatinamente... e não há nada melhor do que dar algo à alguém que você gosta ou que sabe que possa vir a usar. E as poucos vou jogando tudo o que não serve para dar espaço ao novo e maravilhoso que virá na minha vida. É uma ótima experiência.<br /><br />5. Estou indo bem nas aulas da faculdade. Sábado passado fizemos uma apresentação (um projeto em grupo) na minha aula de cinema e saiu ótima, considerando toda a loucura que foi esses últimos dias. E além do mais, ganhei um A+ no projeto de grupo anterior. Na outra aula de cinema, como desenvolver o documentário, tirei um A também. E agora falta só me concentrar nos dois últimos papers. Um será sobre o filme "<span style="font-style: italic;">City of God</span>" (sim, é o <span style="font-style: italic;">"Cidade de Deus"</span>!!) e o outro sobre meu projeto de documentário. Esse promete ser divertido. Irei postar aqui minhas ideias em breve.... fiquem de olho.<br /><br />Então, era isso. Tem mais? Sim, tem mais em breve. Pelo visto agora não tem mais volta, e só coisas boas estão e virão. A fase é de <span style="font-style: italic;">Up, Up, Up</span>... pois só o fato que minha vida não esteja mais <span style="font-style: italic;">Up in the Air</span> já é uma grande coisa.<span style="display: block;" id="formatbar_Buttons"><span class=" on down" style="display: block;" id="formatbar_Italic" title="Italic" onmouseover="ButtonHoverOn(this);" onmouseout="ButtonHoverOff(this);" onmouseup="" onmousedown="CheckFormatting(event);FormatbarButton('richeditorframe', this, 4);ButtonMouseDown(this);"><img src="http://www.blogger.com/img/blank.gif" alt="Italic" class="gl_italic" border="0" /></span></span><br /><br />Deixo este post com o trailer do filme "<span style="font-style: italic;">Up in the Air</span>" já que será o motivo de meu próximo post...<span style="font-style: italic;"> talking about home, work, travel... and love</span>. ;-)<br /><br /><object height="385" width="640"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/e7k6FwXJhNk&hl=en_US&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/e7k6FwXJhNk&hl=en_US&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="640"></embed></object>Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-44403971237176050402010-04-13T19:53:00.000-07:002010-04-13T22:02:44.925-07:00Altos e baixos, ou "ups & downs"Dizem que a vida tem altos e baixos. Em inglês, há também o equivalente: <span style="font-style: italic;">the ups & downs of life</span>.<br /><br />Minha vida nos últimos dias tem sido uma sucessão de altos e baixos. Me atreveria até a dizer que minha vida agora sofre de uma espécie de bipolaridade sórdida. É que tem horas que tudo parece dar uma guinada à direita e depois volta-se bruscamente à esquerda. Enfim, assim é a vida<span style="text-decoration: underline;"></span>, ou não?<br /><br />Sei que este post vai soar negativo, mas é porque provavelmente ele é. Estou na fase do "down", então aguente ler se for capaz. Após meu último <span style="font-style: italic;">"hope-full" post </span>onde comentava sobre sonhos que se concretizam, das coisas que a gente quer e luta com todo o coração, aconteceram coisas que me abalaram, mesmo sem eu querer. Para me entenderem teriam que conhecer melhor minha história. Sobre decepção trás decepção que sofri e venho sofrendo no mercado de trabalho americano. Mas como bem me lembra uma querida amiga brasileira que mora aqui nos EUA já há alguns anos, isso não é "privilégio" de imigrante. Ela confessa nunca ter sofrido nada parecido. E garanto que não é a única em dizer o mesmo. E olhando pelo ponto de vista dela, dessas pessoas imigrantes legais, porém com 'cartão verde' o famoso <span style="font-style: italic;">green card, </span>é claro que há pouco do que reclamar... Mas só a gente mesmo pra saber onde é que o sapato aperta, não é?<br /><br />Mas então, deixando tudo isso pra lá... Afinal, minha ideia com o blog não é agradar todo mundo mas dividir minha experiência com aqueles que gostariam de ver o outro lado da vida americana. Além de, é claro, me ajudar a passar por momentos de decisões difíceis, como a que estou prestes a tomar, e documentar minha volta, os preparativos, a saída, a chegada e as mudanças pela que irei, novamente, passar. Bom, deixando as explicações de lado... vou eu escrever sobre o que tenho vivido nos últimos dias apesar de não poder dar muitos detalhes. Não, enquanto haja um laço entre eu e a empresa onde trabalho. O último que aconteceu foi outro "golpe", por assim dizer. Reconheço que minha auto-estima a esta altura do campeonato está bem devastada. O que fazer para retomá-la? Confesso que não sei. Não "posso" pedir as contas. Quer dizer, poder posso, né? Mas quem paga as contas? Sim, sei que não sou a única a passar por isso. Tem gente em toda parte do planeta na mesma situação, parecida ou pior. Ok, OK! Mas eu nunca fui de me acomodar. Apenas espero a hora certa para agir...<br /><br />Falando nisso lembrei do que ouvi hoje à noite no programa <span style="font-style: italic;">Lost</span> (um dos meus shows favoritos aqui na América):<span class="status-body"><span class="status-content"><span class="entry-content"><span style="font-style: italic;"> "There is a difference between doing nothing and waiting" </span>-</span></span></span> Ou seja, "há uma diferença entre o não fazer nada e o esperar". Acredito nisso. A experiência me diz que às vezes também é mais sábio esperar. Mas o não fazer nada, como o pretexto de esperar, é também considerado sábio? Há ainda uma grande máxima americana, que todos conhecem bem (afinal, é o slogan da empresa americana <span style="font-style: italic;">Nike</span>), o <span style="font-style: italic;">Just do it.</span> E parece-me apropriado nesse momento lembrar-me disso.<br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGAyhMGzIC_9eSJJrl3zm2v456PMmx_HfrvdGOfesHpleip9sfzvWIofHOWsTNVTDKJPMR1uNO6hwho44xGCIrlGX30G7O663t7nZatHGydwjO1sS4t4qP2w9nI7XDg-a4MSIp1AGzwN-o/s1600/images.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 130px; height: 89px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGAyhMGzIC_9eSJJrl3zm2v456PMmx_HfrvdGOfesHpleip9sfzvWIofHOWsTNVTDKJPMR1uNO6hwho44xGCIrlGX30G7O663t7nZatHGydwjO1sS4t4qP2w9nI7XDg-a4MSIp1AGzwN-o/s320/images.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5459849371690213170" border="0" /></a><br />Enfim, a saga, ou seja minha história mais recente. A história é que enquanto escrevia o post anterior, ainda haviam chances de continuar na América. E, por fim, poder dizer: "vim, vi e venci". Pois é, hoje estou cheia de clichés. Que dizer, "eu vim, vi e venci" em muitos aspectos mas não no professional. Isso vocês já sabem bem... Então, a saga. Bom, essa parte não deu certo. Minha única opção morreu afogada em plena praia. Eu ia conseguir uma última entrevista de emprego, após mesmo uma outra que fizera recentemente por contato da amiga blogueira, a RioGringa, que já decidira seria a última. Minha irmã que trabalha em uma empresa pequena fora da cidade, me disse que a economia está melhorando... tanto que, de fato, a empresa onde ela trabalha está contratando. Como faltam pessoas capacitadas que queiram fazer a espécie de trabalho que ela faz, naquela área, etc. ela pensou em mim. Teria sido ideal, considerando que essa empresa ajudou minha irmã a conseguir o visto de trabalho e logo o "bendito" <span style="font-style: italic;">greencard</span>. E cá entre nós, não ligo a mínima para o <span style="font-style: italic;">greencard</span>, só o visto já estaria de bom tamanho. Ok, não rolou porque somos irmãs e a empresa tem como regra não contratar familiares. E não teve jeito (apesar da insistência de minha irmã), mesmo quando as vagas não fossem no mesmo lugar onde minha irmã trabalha, etc e tal.<br /><br />À continuação, toda animada, e já mais segura de mim mesma, comecei a fazer pesquisa sobre a vida no Brasil. Busquei informação sobre o Rio de Janeiro e São Paulo. Também olhei o Chile, já que estarei visitando meus pais. Confesso que desde que soube que queria voltar, e já sabendo que não haveria mias chance, me sentia mais leve ainda. Mesmo sabendo que seria tudo novo, e me depararia ainda com vários obstáculos. No entanto, vendo e vivendo a minha situação atual, me pareceu que seria uma verdadeira liberação. Pena que o entusiasmo não durou. Esse período <span style="font-style: italic;">up</span> (de saber que realmente todas as portas se fechavam aqui e minha saída era iminente) que seguia de um <span style="font-style: italic;">down</span> onde fui lembrada do quanto sou apreciada e bem visto nos olhos de meu chefe, culminou hoje. Eu bem disse, altos e baixos, não disse?<br /><br />A verdade é que com prazos para cumprir no serviço, fiquei tão atarefada que não pude resolver muitas coisas nos últimos dias. Não pude, por exemplo, até agora renovar o anúncio que fiz no <span style="font-style: italic;">Craigslist </span>para o quarto que pretendo alugar para o próximo mês (já que como contava minha roommate está me deixando no fim de abril), nem muito menos começar a separar as coisas para enviar pro Chile (afinal comprei a caixa já há alguns dias atrás).<br /><br />Esta semana ainda continua <span style="font-style: italic;">busy</span>, mas decidi dar uma paradinha neste momento, para documentar isto tudo e refletir. Este último período <span style="font-style: italic;">down</span> da minha vida é devido ao que eu chamo de <span style="font-style: italic;">cold feet</span>, ou seja, "estou com pé atrás" sobre a minha decisão de voltar ao Brasil. E devido a que, você se pergunta. Bom, hoje tive uma espécie de entrevista (a qual, de novo, não posso dar muitos detalhes) e me fez pensar que realmente vou ter que começar do ZERO. Vai ser uma transformação radical e levará tempo. Dias melhores virão, mas não serão assim, em alguns quantos meses. Isso eu já sabia, mas mesmo assim... desta vez, em vez de friozinho na barriga, uma adrenalina legal que corre nas veias quando a gente sente quando está prestes a se confrontar com uma grande aventura, se transformou em algo, assim digamos, não muito agradável. Senti medo... mas não o do tipo que é natural nestas situações. Senti algo que até agora não tinha sentido. E pensei algo que até agora não tinha pensado: E se não der certo?<br /><br />O que senti foi uma sensação de perda, de fracasso. Sei bem que sem fracasso não há vitórias. Aprendi a gostar das perdas e a aceitar o que vier, mas não foi isso o que senti, senti... MEDO DE NUNCA CHEGAR LÁ. Onde é esse lá? Lá, onde quero chegar. Tenho medo de me desviar do caminho que me levará à satisfação pessoal por dinheiro, por excesso ou falta, ou simplesmente, por falta de coragem. Estou em um momento onde decisões devem ser tomadas. Já não posso, simplesmente, seguir esperando. O tempo não para, e já não sou mais tão jovem quanto pareça ser, eu não posso continuar esperando por coisas que são tão pouco provaveis de acontecer. Ao mesmo tempo, me pergunto e se espero um pouco mais... ?<br /><br />Não é fácil decidir. Uma coisa que aprendi a admirar dos americanos é a mentalidade <span style="font-style: italic;">just do it</span> e a <span style="font-style: italic;">yes you can</span>. Desde pequenos aprendem isto. Eu sei que posso, mas quando a gente está razoavelmente bem, vivendo em uma situação aparentemente confortável, o mudar tudo, começar do nada, o <span style="font-style: italic;">faça-o somente</span>, se torna mais bem um emblema daqueles poucos que são corajosos demais para ousar continuar sonhando, continuar nadando mesmo quando a praia e os objetivos estão a milhares e milhares de quilomêtros daqui.<br /><br />Amanhã será um outro dia. Um outro <span style="font-style: italic;">up</span> há de vir. Por isso, vou dormir sorrindo, sabendo que isso faz parte da vida, da minha vida, da de todos nós. Dias melhores virão, sem sombra de dúvidas.Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-82194657360815241312010-04-08T23:01:00.000-07:002010-04-09T10:01:28.460-07:00Dreams..."Sonhos que você anseia com todo o coração"<span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Últimamente, tenho ouvindo canções no meu ITunes que há anos não ouço. Então, enquanto ouvia o album da Gloria Steffan, que aliás foi um "presente" de uma aluna de português, uma americana que estava se desfazendo de coisas antigas (risos) - confesso que não sou muito fã dessa cantora - estava terminando de completar uma prova para minha faculdade. </span></span><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Justo no momento que tocava "</span></span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Reach</span></span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">" escrevia um esboço sobre um projeto, que me daria pontos extras na prova. O meu projeto se trata de falar sobre a vida dos imigrantes na América, pessoas que assim como eu vieram atrás de um sonho...<br /></span></span><div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:verdana;">Como a vida imigrante é um assunto complexo, decidi me concentrar no <span style="font-style: italic;">Dream Act</span>, que é uma proposta de lei que legalizaria a situação de jovens ilegais aqui. É por isso que recentemente voltei à Washington, estive lá passeando em 2001, e daí a explicação da foto ao lado sobre a minha visita.<br /><br />Letra da música Reach em inglês. Para uma versão (não muito boa, mas decente) em português clique <a href="http://letras.terra.com.br/gloria-estefan/13045/traducao.html">aqui</a>:</span></span><div><br /></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(160, 82, 45);font-family:verdana;font-size:12px;"><b>Reach</b></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(160, 82, 45);font-family:verdana;font-size:12px;"><div style="text-align: left;">"Some dreams live on in time, forever<br />Those dreams, you want with all your heart</div><div style="text-align: left;">And I'll do whatever it takes</div><div style="text-align: left;">Follow through with the promise I made</div><div style="text-align: left;">Put it all on the line</div><div style="text-align: left;">What I hoped for at last would be mine</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">If I could reach, higher</div><div style="text-align: left;">Just for one moment touch the sky</div><div style="text-align: left;">From that one moment in my life</div><div style="text-align: left;">I'm gonna be stronger</div><div style="text-align: left;">Know that I've tried my very best</div><div style="text-align: left;">Put my spirit to the test</div><div style="text-align: left;">If I could reach</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Some days are meant to be remembered</div><div style="text-align: left;">Those days we rise above the stars</div><div style="text-align: left;">So I'll go the distance this time</div><div style="text-align: left;">Seeing more the higher I climb</div><div style="text-align: left;">That the more I believe</div><div style="text-align: left;">All the more that this dream will be mine...</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/RMs83vY2d34&hl=en_US&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/RMs83vY2d34&hl=en_US&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="480"></embed></object><br /><br /><div style="text-align: left;">...If I could reach, higher</div><div style="text-align: left;">Just for one moment touch the sky</div><div style="text-align: left;">From that one moment in my life</div><div style="text-align: left;">I'm gonna be stronger</div><div style="text-align: left;">Know that I've tried my very best</div><div style="text-align: left;">I'd put my spirit to the test</div><div style="text-align: left;">If I could reach</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">If I could reach, higher</div><div style="text-align: left;">Just for one moment touch the sky</div><div style="text-align: left;">From that one moment in my life</div><div style="text-align: left;">I'm gonna be stronger</div><div style="text-align: left;">I'm gonna be so much stronger yes I am</div><div style="text-align: left;">I've tried my very best</div><div style="text-align: left;">I'd put my spirit to the test</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">If I could reach</div><div style="text-align: left;">If I could, If I could</div><div style="text-align: left;">If I could reach</div><div style="text-align: left;">Reach, I'd reach, I'd reach</div><div style="text-align: left;">I'd reach', I'd reach so much higher</div><div style="text-align: left;">Be stronger, higher, higher"</div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0);font-family:Georgia,serif;font-size:16px;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0);"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Sim, uma música e tanto. Fala sobre sonhos, sobre a coragem para vencer os obstáculos e o não desisitir. Ser forte e seguir sempre tendo com alvo "higher". </span></span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0);"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><br /></span></span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0);"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">O sonho americano, para muitos no Brasil é o ter uma casa própria, para os americanos uma mansão ou duas. No Brasil um carro, aqui um pra cada membro da familia. E por aí vai. O colapso do mercado financeiro mudou um pouco a maneira de ver as coisas. Mas o consumismo continua. Para muitos, no entanto, aqui na terra do tio Sam, ou no Brasil, terras tupiniquins, o sonho é simplesmente um: poder alçar vôo.<br /><br /></span></span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0);"><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Hoje em dia a educação, uma boa educação, é fundamental. Aqui nos EUA assim como no Brasil ela tem um preço, e infelizmente, não é barato. Conhecimento, que deveria ser um direito do ser humano, virou mais um bem de consumo. Hoje em dia, é um sonho. Triste, porém certo, hoje em dia mesmo com conhecimento e experiência, você só chega a certos lugares se tiver vários requisitos. O famoso QI brasileiro (quem indique) e o manejo em línguas estrangeiras, além de um diploma em faculdades de nome, de preferência no exterior, abre portas.</span></span></span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0);"><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><br /></span></span></span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0);"><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">No post anterior falei da minha principal frustração aqui. O fato que minha educação e conhecimento não valham muito por ser graduada de uma faculdade pública ou de não ter uma educação ainda maior (como o que seria um Mestrado, <span style="font-style: italic;">Master Degree</span>) ou simplesmente por causa que as empresas grandes obedeçam certas regras internas, que considero simplesmente discriminatórias, ou seja, preconceituosas, não é nada comparado ao que jovens praticamente americanos (já que vivem aqui desde que se conhecem por gente) tem que viver aqui ao sair do colegial. Os sonhos deles são aniquilados simplesmente por culpa de um governo, um sistema, que há anos vem sendo indiferente a um problema que deveria ter sido resolvido já há muito tempo.</span></span></span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0);"><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><br /></span></span></span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0);"><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Meu sonho, o sonho desses jovens, era e é somente esse: estudar. Eu consegui o meu, outros não conseguirão ou como eu não terão a chance de obter um trabalho que faça mérito ao seu conhecimento e habilidades, simplesmente porque não possuem um pedaço de papel. Acredito que a grande luta por direitos humanos desta década nos EUA é essa: não pode-se falar em dias melhores enquanto continuem existir aberrações como essa, onde filhos de imigrantes, o futuro da nação e do mundo venha a pagar pela culpa de um sistema inútil e mesquinho.</span></span></span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0);"><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><br /></span></span></span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0);"><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Eu sou apenas estrangeira, imigrante. Meu sonho eu continuo até acalçá-lo, sempre focando mais alto, pois sonhos não existem por acaso. Eles existem para se concretizar. Aqui, no Brasil, no Chile ou onde quer que seja, eu vou vencer. Mas estes jovens... que sonhos eles terão, se não houver uma lei, algo que os proteja? Eu não sei, mas eu só sei que as pessoas deveriam parar para pensar nisso. Tenho certeza absoluta que estes individuos de grande força, coragem, iniciativa e talento retribuirão ao seu país com os braços abertos. Todos tem a ganhar com isso.</span></span></span></div></span></div></div></div></div>Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-13138941460789908782010-04-06T12:16:00.000-07:002010-04-07T10:42:15.991-07:00A Vida nos Estados Unidos da América - Part IIIComo começar? Escrever este post não será fácil, mas como tudo na vida que vale a pena, é necessário. Além do mais disse que iria dar os dois lados da moeda. E promessa é dívida.<br /><br />Como é díficil falar isso, achei este vídeo que resume bem a minha situação. É de um filme que simboliza minha maior frustração neste país. O filme se chama "<span style="font-style: italic;">The Pursuit of Happiness</span>" ou <span>"À Procura da Felicidade"</span>, como diz o título em português. O filme, pra quem não assistiu, se trata da história real de um homem americano negro nos anos 60 que teve que encarar alguns obstáculos mas que no fim venceu. Esta cena do filme pra mim é tudo. A história pode até parecer simples demais (ele apenas conseguiu um emprego) mas não é. Ao passar no processo seletivo, essa oportunidade que lhe concederam, mudou pra sempre a sua vida.<br /><br />Assitam a esta cena, a última do filme, e pensem em mim, e também pensem na história de milhares de imigrantes que com inteligência, dedicação, sacríficio e muita coragem, assim como ele, não terão a oportunidade de ter um final feliz.<br /><br /><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/WsYl63dAZHA&hl=en_US&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/WsYl63dAZHA&hl=en_US&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="480"></embed></object><br /><br />Na parte em que Will Smith, o ator que interpreta o americano Chris Gardner, está na sala e lhe perguntam se ele aceitaria o trabalho, você sente a emoção do ator. Não é necessário assistir o filme pra entender, muito menos é necessário entender inglês, é tão clara a sensação de vitória e felicidade dele. Nessa hora, o futuro chefe lhe diz "<span style="font-style: italic;">Was it as easy as it looked?</span>" ou seja, lhe pergunta se fora tão fácil como aparentava ser (se refere ao estágio), ao que ele responde, "<span style="font-style: italic;">No. No, Sr. it wasn't</span>" Mas é óbvio que não foi assim tão simples. Se tão só, seu chefe soubesse o duro que foi chegar lá....<br /><br />Pois bem, essa parte da sua vida, segundo o filme, se chama felicidade. E essa parta da minha vida, essa 'pequena parte' da minha vida, é que ficou incompleta. Tive a mesma experiência desse homem. Bom, não exatamente a mesma, mas parecida. Consegui chegar lá, a sensação de felicidade que ele teve, eu tive. Pode-se dizer que vivi o que ele viveu no fim do filme. Mas infelizmente no meu filme, na minha vida, a história não acabou alí. Ela continuou e esse foi o problema.<br /><br />O despertar foi cruel. Perder um emprego daqueles foi uma das coisas mais dificéis que vivi na vida, com certeza foi a pior coisa que enfrentei aqui. Fora um emprego apenas, mas que me daria a chance, a oportunidade pra tanta coisa. Vocês imaginam o que é passar por tudo isso, vencer e depois perder tudo. E porque? Por ser estrangeira, simplesmente por isso.<br /><br />Vejo engenheiros, doutores, gente inteligentíssima que vem pra este país, esta cidade, de todas as partes do planeta, de países, por vezes, piores que o nosso, e eles tem que fazer trabalhos que nem sempre correspondem à suas capacidades: trocando fraldar, dirigindo taxis, etc. Vivemos sonhando, em busca da bendita felicidade mas ela não vêm ou se vêm não é verdadeira.<br /><br />A realidade, no entanto, é dura pra todos. Nesses dias de recessão, e nessa vida moderna que vivemos, não existe mais estabilidade na vida, nem mesmo para os americanos. Sei bem disso. Mas o que eu vivi, o que ainda vivo, só alguém que está na minha pele pode entender. O preconceito, a falta de respeito, por falta de um simples papel, um documento, que não quer dizer nada, mas que, no fim das contas, diz tudo, é deprimente.<br /><br />Se tivesse que escolher o motivo principal da minha insatisfação neste país, escolheria de longe esse. Não acho que seja certo viver assim, todos somos seres humanos e não merecemos ser tratados dessa forma. Eu não preciso de ninguém me dizendo o que posso ou não fazer, por me considerarem inferior. Eu sou estrangeira, mas não tenho menos direito a ser feliz do que você.<br /><br />Encerro com um recadinho do próprio filme, bem antes do final feliz. Alí o pai dá um conselho ao filho ao dar-se conta que estava podando ele ao dizer o que podia ou não fazer na vida. Ele diz: <br /><br />"Ei, nunca deixe que ninguém te fale o que você não pode fazer, nem mesmo eu. tá? Se você tem um sonho, tem que protegê-lo. As pessoas não conseguem fazer as coisas por elas mesmas e querem te dizer que você também não pode. Se você tem um sonho, lute por ele. Ponto final! "<br /><br /><br /><object height="385" width="640"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/MEGSiX0JA-s&hl=en_US&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/MEGSiX0JA-s&hl=en_US&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="640"></embed></object>Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-83116260476985838382010-04-05T23:01:00.000-07:002010-04-06T11:00:03.309-07:00A Vida nos Estados Unidos da América - Part IIAs pessoas costumam brincar, "tenho boas e más notícias, qual você quer primeiro?" Algumas vão com as más primeiro, e outras com as boas.<br /><br />No último post tentei contar minha vida aqui em termos de <span style="font-style: italic;">status</span> imigratório. Mencionei que o pior momento que vivi aqui foi na época após minha primeira graduação, no meu primeiro período de OPT, onde, supostamente, poderia trabalhar legalmente sem maiores restrições. Mas isto implica falar sobre um tema delicado, então vou dar um tempo e depois postar sobre isso.<br /><br />Por isso, ao contrário do esperado, decidi começar falando dos momentos bons que tive por aqui. Que afinal de contas, foram vários. Nota: não são lá grandes coisas se comparados com as coisas boas que há no Brasil, mas são coisas boas de qualquer maneira então já está valendo, né?<br /><br />Por onde começar.... Bom, amor, por exemplo aqui eu já encontrei várias vezes. Pode-se dizer que não há nada melhor que namorar em Nova York, principalmente na primavera ou inverno. Uma delicia. Dou alguns exemplos, ir ao Lincoln Center ver um espetáculo lindo com um italiano que te chama de "<span class="clickable" onclick="'dr4sdgryt(event,"><span class="sg"><span class="se1"><span class="trn">principessa</span></span></span></span>" ou dar uma voltinha pelo Central Park com um americano que te trata como uma dama, ou ver filminho na casa do namorado em pleno dia de neve, não tem preço. Nem tem preço, quase mudar de religião (detalhe: não sou religiosa) ou de país por causa de um amor. Ainda bem que não fiz nem um nem o outro, mas vivi isso.<br /><br />Ok, então namorar aqui é uma coisa boa. Essa é a primeira coisa boa.<br /><br />A segunda? A mudança de estação. Principalmente na primavera e o outono, que são lindos demais. O verão é ótimo também. E a neve em dezembro, bom ela é sempre bem-vinda e maravilhosa. Pena que fica voltando em janeiro, fevereiro, março, urghhh e não vai sozinha né, o frio vêm com ela e não deixa a gente muito feliz.<br /><br />Quer mais? Pra encerrar acho que o melhor mesmo é ter morado em Nova York. Muita cultura, nas ruas, nos teatros, em qualquer lugar. Até no hospital, na escola ou nos banheiros públicos a gente vê a diversidade. O melhor de Nova York é esse experiência cultural, as pessoas de todas as partes do mundo, falando e vivendo mil e uma línguas e crenças diferentes. Uma maravilha.<br /><br />Ok, sinceramente. Há outras coisas menos ambiguas (sim, pois o de cima também pode ser um <span style="font-style: italic;">pain in the neck, </span>uma chatice)que são boas por aqui. Por exemplo, <span style="font-weight: bold;">segurança</span>. Sim, essa é uma coisa que é extremamente boa por aqui. Se você morar perto de Manhattan quase não há problemas. Nada como no Brasil. Disso sim foi sentir muita falta. Claro, que há de se considerar os malucos esporádicos que dão chutes ou facadas nas pessoas do nada no <span style="font-style: italic;">subway</span>, o metrô americano. Claro que, você tem que ter muito má sorte pra sofrer desse tipo de "atentado".<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Independência e "liberdade"</span>. Apesar de não ter carro e não precisar de carro pra nada morando onde moro, confesso que me sou muito independente aqui. Faço o que bem entender e se quiser sair não dependo de nada ou ninguém, só pego o metrô e pronto em um pulinho (com sorte) eu chego lá, em qualquer lugar da cidade. A liberdade vem com a capacidade de me auto-sustentar e estar longe da familia. Sim, sei que é um paradoxo (pois sinto muito a falta da familia, dos meus pais) mas sou dona do meu nariz desde os 12 anos, quando morei pela primeira vez "sozinha" então sentirei a falta dessa minha "liberdade", que aliás, vai de mão dada com o fato de poder chegar tarde em casa sozinha sem ficar com medo de ser assaltada a cada esquina.<br /><br />Também há a questão do <span style="font-weight: bold;">poder aquisitivo</span>, apesar de não ganhar muito posso com meu salário pago minhas contas e faço coisas que na época que morava no Brasil não podia (como sair pra jantar em lugar bacana, ir ao teatro ou pegar mais de um cineminha por mês - coisa que, aliás, eu adoro fazer). Pode-se também comprar coisas aqui fácilmente (no cartão, que aliás agora também é comum no Brasil ou Chile) mas aqui nem falar sobre os preços das coisas, especialmente de aparelhos eletrônicos, que geralmente são baratíssimos. A educação, por exemplo, também foi muito mais acessível aqui pra mim que no Brasil (leia meu <a href="http://betterdaysinamerica.blogspot.com/2010/04/vida-nos-estados-unidos-da-america-part.html">post anterior</a> sobre isso). Estou comparando, é claro, com a minha vida em 1999, um ano antes de vir para cá. E no que se refere ao trabalho, sempre pude fazer algo e me virar para ganhar um dinheirinho mesmo sem renda fixa, sempre com coisas bacanas e honestas.<br /><br />Acho que esses últimos motivos realmente são em grande parte uns dois maiores motivos de ter ficado por aqui todos estes anos. Afinal, este país me deu a oportunidade de estudar e trabalhar, mesmo que sendo muitas vezes nos termos dele, às vezes, com muita injustiça e jogo sujo. Ainda assim, por exemplo, encontrei aqui pessoas maravilhosas, verdadeiros anjos no meu caminho. Minha primeira faculdade, por exemplo, não tinha obrigação nenhuma em me ajudar e, no entanto, me ofereceu não só uma bolsa, como duas!! E por aí, vai. Devo em grande parte o sucesso dos meus estudos ao meu trabalho como instrutora de idiomas, e aos meus alunos, amigos e grande professores, que de uma forma ou de outra contribuiram em grande parte à minha felicidade nesses anos todos. Sem eles, tudo isto teria sido impossível.<br /><br />E, finalmente, sou muito grata em ter conhecido pessoas maravilhosas, como minha amiga do Peru cuja jornada na América temos compartido nos últimos anos. Amigos brasileiros que de uma forma ou de outra me deram um mão e foram minha familia todos estes anos. E, claro, não podia faltar meu grande amigo americano que me ajudou a concretizar meu sonho, o David, figuraça que já alguns anos mora no Rio de Janeiro.<br /><br />Agradeço até a quem me fez sofrer algum dia. Acredito que mesmo as experiências ruins foram em verdade, boas. Por isso, vejo como bom o fato de ter conhecido certas pessoas e passado por certas experiências, dentre elas, minha desilusão amorosa, o ataque às torres gêmeas, conflitos familiares, minha frustração com o trabalho e, principalmente, a dor da separação e descriminação vividas aqui no dia a dia, somados à minha falta de liberdade, liberdade para poder entrar ou sair do país.<br /><br />No fim das contas, a vida aqui pode ser muito boa ou muito ruim, assim como no Brasil e confesso que, pelo menos comparada à vida que levava em São Paulo antes de vir pra cá, a vida tem sido relativamente boa. Mas o preço para essa vida "tranquila" é a má notícia.<span style="font-style: italic;"> Oh well</span>, eu nunca disse que a vida aqui era perfeita, disse? (risos)<br /><br />Deixo com vocês essa música que simplica bem minha vida aqui em Nova York. "<span style="font-style: italic;">I'm alien, I am legal alien... I am 'Englishman' - in this case a 'Braziliangirl' - in New York.</span>"<br /><br /><div style="text-align: center;"><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/0Vq0FRUjSbA&hl=en_US&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/0Vq0FRUjSbA&hl=en_US&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="480"></embed></object><br /><br /><span style="font-style: italic;">" If, 'Manners maketh man' as someone said</span><br /><span style="font-style: italic;">Then he's the hero of the day</span><br /><span style="font-weight: bold; font-style: italic;">It takes a man to suffer ignorance and smile</span><br /><span style="font-weight: bold; font-style: italic;">Be yourself no matter what they say</span><span style="font-style: italic;"> "</span></div>Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-22742823236962474892010-04-05T07:42:00.000-07:002010-04-05T13:21:29.384-07:00A Vida nos Estados Unidos da América - Part IPois bem, disse que iria falar sobre o porquê não posso ir e vir deste país. Afinal, não estou aqui ilegalmente. Ou seja, se saio supostamente poderia voltar. Sim, na teoria. Acontece que a vida de imigrantes aqui nos Estados Unidos não é assim tão simples, pelo menos não para os que, como eu, vieram pra cá por conta própria, que não contam com recursos de pais e mães ou tios e tias ou qualquer que seja a fonte de renda para poder se manter no país.<br /><br />Este post é dedicado à Miriam Carol que me escreveu recentemente perguntando sobre como é a vida aqui nos EUA. Ela pensa em vir pra ficar. Antes de mais nada, me desculpe Carol, não tenho tido tempo pra muita coisa últimamente. Ainda mais quando soube que minhas opções de ficar aqui se acabam. Mas espero que este e os próximos <span style="font-style: italic;">posts</span> te sejam úteis.<br /><br />Bom, a vida aqui na América, não é diferente do que a vida em qualquer outro lugar no mundo. Claro que varia de estado pra estado, e obviamente será bem diferente que a tua vida do Brasil - ou do Chile, do Japão, etc. ou de onde quer que seja que você venha. Mas não é muito mais diferente do que você imagina, você terá "sorte" ou "má sorte", você terá mais chances ou menos oportunidade tanto faz se for aqui, no Brasil ou na China. Não há nem menor, nem maior chance de sucesso. Tudo depende de você. Os problemas que você carrega ou crêe possuir no Brasil, continuarão aqui. Aqui não é um lugar mágico que faz com que tudo seja de repente maravilhoso.<br /><br />Com isto dito, posso falar de algumas diferenças. Que aliás, são uma coisa que realmente é bem pessoal. Eu tendo já vivido em outro país, antes de vir morar aqui, já passei por experiências que me fizeram entender melhor o que é morar fora da pátria. Eu morei no Chile por cerca de 5 anos quando ainda era adolescente. Bom, se você vêm aqui pra morar e é a primeira vez que sai do país, será um coisa. Se você já veio de visita (uma vez ou várias vezes) e acha que sabe como é, terá outra experiência. De todas formas, qualquer que seja tua experiência, nada quer dizer que ela será similar à minha. Mas sei que a curiosidade mata e que algo a gente pode sempre aprender com outros, então aqui vai a Part I da minha vida nos EUA.<br /><br />Primeiro, vou falar da questão do visto. Afinal, você tem que entrar no país de alguma forma. Ou entra legalmente por avião ou ilegalmente (atravessa a fronteira pelo México ou sei lá como). Dependendo do visto que você vier, chegando aqui terá algumas opções, ou nenhuma. Sei lá. Também depende do teu poder aquisitivo e tua condição no país. Se vieres com teu marido ou esposa, por exemplo, tua experiência poderá ser muito mais amena (ou não) dependendo o tanto que conheceres a pessoa com que te casaste. Enfim, coisas da vida.<br /><br />Vou falar da minha entrada aqui. E isso explica bem a minha situação atual e a que vinha vivendo nos últimos 2 a 3 anos, ou mais que aqui estou. Eu vim pra cá como turista. Na verdade eu vim para um programa de intercâmbio, quando ainda trabalhava na Varig Rio-Sul, que hoje acredito nem exista mais. Neste programa iria aprender inglês morando em uma casa de familia e teria que cuidar de um bebê por poucas horas em troca de um pequeno "salário" e aulas de inglês. Como era mais fácil tirar o visto de turista, o que foi por alguma razão, extremamente simples, decidi vir aqui com ele e tentar ficar por uns 3 a 6 meses. O acordo com a familia se supõe que era de 1 ano, mas como não vim por agência mais indicação de uma amiga que estava aqui, e que sim pagou agência, eu vim e daí decidi fazer como ela, fazer uma extensão da estadia como turista por conta própria. Ao fim dos 9 meses e 1/2 e com muitas experiências pra contar, principalmente já tendo um inglês bom, decidi voltar no inverno e vir pra cá novamente no ano seguinte. Como não pude ir à escola enquanto morava aqui e julgava que meu inglês escrito era pior que o meu falado, quis vir por mais pelo menos 6 meses. Então, voltei ao Brasil, tudo isso aconteceu no ano 2000, e resolvi tudo o que tinha por resolver, peguei meu diploma de colegial, fui resolver uma disputa que tinha com a Varig - um pagamento que não recebera - daí fui para o Chile ver minha familia por última vez. Sonhava em vir e ficar um tempo curto mas não saia de cogitação ficar mais tempo se é que conseguisse um bom trabalho e pudesse juntar dinheiro suficiente para poder estudar no Brasil, fazer faculdade ou talvez me tornar uma piloto que na época eram meus dois grandes sonhos.<br /><br />Voltei pra cá em 2001, em abril. Estou aqui desde então. O que aconteceu? Bom, a vida. A vida aconteceu. Conheci um homem americano, me apaixonei, decidi ao em vez de estender meu visto de turista trocar para estudante. Como acabara decidindo por fazer faculdade ao em vez de seguir o curso que havia visto de aviação que me daria carreira de instrutora de vôo, fiz toda a papelada para ficar aqui legalmente como tal. Tudo isso 1 mês antes do 11 de setembro.<br /><br />A partir daí, tudo mudou. Não se podia entrar ou sair do país - literalmente. A papelada ficou congelada por mais de um ano. Sem saber se sair ou ficar ao passar o tempo, fui ficando. Minha relação acabou e minha irmã acabou vindo no ano seguinte para me ajudar. Essa foi a primeira vez que fui ficando "<span style="font-style: italic;">up in the air</span>", assim sem saber o que seria da minha vida. Bom, daí coisas boas, muito boas, e ruins aconteceram. O pior que foi o <span style="font-style: italic;">broken heart</span> e o atentado terrorista, e consequente recessão, já tinham mais ou menos passado. Finalmente me concederam o status de estudante e assim, com um inglês falado já muito bom, comecei a estudar no fim de 2002 em uma escola de idiomas. Alí conheci muitas histórias, fiz muitas amizades, com brasileiros, principalmente, que conheço até hoje. Alguns vieram com visto de estudantes, outras como eu vieram como turistas e aqui trocaram.<br /><br />Enfim, apenas haviam passado 2 anos e eu acostumada com estar longe da familia, graças a minha experiência anterior de morar no Chile, e já forte com as próprias experiências da vida, decidi que iria tentar pelo menos um curso de formação acadêmica aqui. Minha irmã estava aqui e apesar de nosso relacionamente ser díficil (sempre foi) de certa forma nos apoiávamos. Decidi tentar um curso que aqui se chama A.A. ou <span style="font-style: italic;">Associate Degree</span>. Que são de dois anos, aproximadamente. Na época, saíamos da recessão e recém descubrira meu talento para dar aula de idiomas. Eu fazia de tudo, era hostess (anfitriã em restaurantes chiques), babá de gente rica (morei um tempo em Washington Park) e dava aulas para estrangeiros buscando aprender português ou espanhol.<br /><br />Como vi que o valor desse curso era acessível, oferecido em uma Universidade pública, aqui em Nova York do CUNY, City University of New York, chamada <i>Community College</i> e que me ajudaria muito com meu inglês, era de <span style="font-style: italic;">Writing and Literature</span>, decidi fazê-lo. Afinal, não era extraordianariamente caro, apesar de ser bem mais caro para estudantes internacionais como eu. E como não queria ficar aqui ilegalmente, então pensei que seria uma ótima ideia.<br /><br />Aqui nesse momento acredito que o melhor teria sido voltar e tirar o visto de estudante. Talvez tivesse sido um erro, mas dei ouvido à escola onde iria estudar e fiquei com medo de viajar. Afinal, aqui só tinha status de estudante e se saísse do país teria que entrar com toda a papelada no consulado novamente e ser questionada. Como não possuia mais dinheiro do que o suficiente para 1 ano e meio acadêmico e a pessoa que me ajudara com os papéis para o processo, como sponsor (uma espécie de fiador), já era um americano aposentado, decidi ficar aqui. As chances de conseguir tirar o visto de estudante fora do país (no Chile ou Brasil) eram mínimas e baseado em experiências de várias amigas e colegas de curso na escola de idiomas, ter um visto de estudante, tampouco era garantia de voltar ao país. Uma amiga, inclusive, ao ir ao Brasil de férias, não conseguiu mais entrar no país, simplesmente por implicância do sistema de imigração americano que achava que ela já aprendera o suficiente inglês e não tinha motivo pra voltar (isso sem considerar que ela era jornalista e precisava ainda aperfeiçoar seu inglês). Há de se lembrar que estávamos vivemos em plena era Bush e post 11 de setembro e tudo era ainda muito confuso e mudando constantemente. Havia muita desconfiança, o terror e o medo eram espalhados pela mídia constantemente, já que tentavam vender 'The War on Terror', ou seja, a guerra ao terrorismo.<br /><br />Enfim o que está feito, feito está. Mas por nada deste mundo aconselho ninguém a fazer o que fiz. Talvez dada a oportunidade de fazer tudo de novo, essa parte da minha vida teria feito diferente, por uma série de razões. Mas, assim foi e assim tinha que ser.<br /><br />A coisa é que no meu primeiro semestre na faculdade, perdi o emprego que tinha, assim de repente, e para variar o custo da faculdade aumentou muito para estudantes regulares e pra mim, como estudante estrangeira, aumentou ainda mais. Ou seja, já o meu dinheiro não daria sequer para estudar aqui 1 ano. Agradeço muito a Deus as oportunidades que foram surgindo na época e desde então. Realmente não sei o que teria feito sem sua ajuda.<br /><br />Demorei aproximadamente 3 anos para concluir o curso. Isso porque decidi não estudar no verão para poder trabalhar. Trabalhava na universidade, 2 empregos, fazia trabalho voluntário (como peer-mentor), e tinha mais dois trabalhos fora da faculdade. De alguma forma ou de outra dei conta e com ótimas notas. Quase tive que deixar a universidade por causa da falta de recursos, mas tenho muito a agradecer, pois a universidade me ofereceu a chance de ganhar uma bolsa, e a ganhei o que me ajudou tremendamente, ainda ganhei uma segunda bolsa (de menor valor) no último ano e sai bem da faculdade. Bom daí, já foram 5 anos da minha vida.<br /><br />Aqui nos EUA, se você está como estudante internacional, quando se completa o curso, você pode tirar um ano, que eles chamam de OPT (Ou-Pi-Ti não é Tchi é Ti, tá?) que significa <span style="font-style: italic;">Optional Practical Training</span>, para trabalhar, que você pode fazer se é relacionado ao curso que estudou. Inclusive, enquanto se estuda, e dependendo das regras da faculdade que estudar, pode-se também tirar o CPT, ou <span style="font-style: italic;">Curriculum Practical Training</span>. Que foi o que fiz quando decidi continuar meus estudos.<br /><br />Bom, depois de tudo isso decidi aproveitar meu ano de OPT e ver se conseguia trabalho e com sorte, sim com sorte, ver se conseguia um trabalho que me contratara e me ajudara a trocar para o visto de trabalho. Essa parte da minha vida aqui foi a mais difícil que já vivi. Daria motivo para um post ou dois, talvez o próximo será sobre o assunto.<br /><br />Completei o OPT em 2006 e decidi voltar a estudar, terminar meu B.A., <span style="font-style: italic;">Bachelor Degree</span>, em 2007. Daí, foram-se mais 2 anos e meio, e aqui estamos minha gente. Já 9 anos no país, 10 anos no total. E o motivo de não entrar e sair vocês já sabem... se minha familia fosse rica seria menos humilhante ir ao consulado e conseguir o visto de estudante, mas como não são, tudo fica mais complicado. Tudo o que consegui, consegui por mim mesma, digamos assim. Então, se tivesse que dar meu recado aos desavisados é que pensem muito bem em vir e morar ilegalmente (ou legalmente, se possui poucos recursos) neste país. Se o fizer, pensem bem pois 1 ano, transforma-se rápido em 2 e 3. E depois de 3, você já acostumou e não quer voltar. E depois de 4 ou 5, você já está louco de saudade (experiência de quem já morou fora antes de vir pra cá e que teve experiências longe da familia e amigos há anos), o famoso 'síndrome de imigrante'.<br /><br />Por isso, se quiser vir ficar ilegal uns 2 anos ou 3, pra juntar dinheiro e ver se consegue sorte por aqui (sorte, se referindo em casar com alguém bacana ou fazer algo que gosta que talvez te dê um visto - ou fama, ou dinheiro) deve ser do tipo de pessoa que é super disciplinada. Brasileiro geralmente não é. Não pode ser uma pessoa fraca de pensamento. Tem que ter coragem, que confesso, não tenho. Eu não consegui ficar aqui ilegalmente em parte porque acreditava no sistema imigratório deste país, que apesar de falho e dar muito a desejar ao de outros países, como o do Canadá, por exemplo, acreditava que pudesse servir pra alguma coisa, e também porque acredito que fazer a coisa certa (ou o mais certo possível) sempre paga no final.<br /><br />Caros amigos, não é bem assim. Essa conclusão eu tirei já faz tempo. E difícilmente mudo de opinião. Se tivesse que aconselhar alguém que, como eu, vem aqui com sonhos de estudar e ter uma carreira, eu diria melhor vem, fica ilegal e depois volta. Mas saiba que o que irá se encontrar não é pra qualquer um. Aqui, se você fica doente, não há quem te ajude, os próprios brasileiros passam a perna em você, amizades verdadeiras são díficies de fazer e se você sentir saudades, ou acontecer uma tragédia, não dá pra sair e voltar pra cá. Ter ficado legal aqui pra mim, não fez nenhuma diferença. Isso é fato. Não sei como será nos próximos anos, mas o futuro não se vê lá muito promissor para os imigrantes neste país. Não enquanto não houver uma reforma, reforma mesmo. Sinceramente, só perdi e continuo perdendo oportunidades por fazer a "coisa certa". Talvez puesse ter dado certo, como já deu no caso de minha irmã ou uma amiga que seguindo meu conselho decidiu fazer um curso de certificado que após 9 meses lhe deu OPT, e com ele (ela que já tinha um curso de BA no Brasil) conseguiu um emprego. Claro que trabalha pra caramba e ganha mal... mas pelo menos ela sai e entra do país quando quiser.<br /><br />Como disse, a sorte e a vida não são diferentes por estar aqui. Ou seja, você pode encontrar o príncipe encantado ou seu sapo se transformar em um monstro. Você pode fazer muito dinheiro ou perdê-lo, você pode ter um bom dinheiro e viver amargado, ou você pode fazer o que fiz, escolher o caminho mais árduo e ser feliz com o que a vida lhe der, com o pouco ou muito que irá receber pelas escolhas que fez.<br /><br />Pra chegar onde estou, que não é lá grande coisa (materialmente falando) sofri muito, mas muito mesmo. Mas não me arrependo de nada. Talvez faria uma coisa ou outra diferente, dada a oportunidade, mas não deixaria de fazer o que fiz. Mas se quer meu conselho, e isso vai pra vida em geral: viva a vida intensamente, como se não houvesse amanhã. Viva acreditando em dias melhores, mas preparado para enfrentar o pior. E seja feliz com o que a vida te der, sem se conformar. Aprender a aceitar o que der e vier e ser agradecido pelo que se tem, é uma das mais valiosas lições que já aprendi na vida. Aprendi elas aqui, mas servem pra qualquer lugar.Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-80335474812453607702010-04-02T08:02:00.000-07:002010-04-02T09:31:23.773-07:00Algumas verdades no dia da mentira: O Tempo Não ParaParece coisa de dia da mentira... Minha roommate querida, a garota que divide o apartamento aqui comigo, enviou um email no dia da mentira dizendo que ia se mudar no fim de mês. Não, não era um <span style="font-style: italic;">prick</span>, uma brincadeira. Infelizmente, não. Justo agora?, pensei.<br /><br />Como disse no outro post, eu talvez ia falar sobre a questão 'pra onde ir'. Ainda bem que disse talvez. Parece que até sentia que algo ia acontecer... Bom, pra ser sincera a experiência me ensinou sobre isso há muito tempo. Não há como afirmar nada com 100% de certeza. Há as coisas que a gente como ser humano planeja e há o que Deus, o destino, a vida em sí, às vezes, quer que aconteça. E assim foi desta vez.<br /><br />Então agora, a questão não é bem pra onde ir, mas quando ir. Que é outro detalhe importante que ainda não resolvi. Ontem, em pleno dia de trabalho, não pude fazer quase nada. Não havia concentração pra nada... Estaria o destino já dando o jeitinho dele por mim? Será que seria melhor ir embora logo em junho?<br /><br />Fingia que não ouvia perguntas como estas que estavam circulando minha mente. Mas há quem enganar? A mim mesma? No fim, graças a Deus, decidi que o melhor era sair pra dar uma voltinha. Afinal de contas, o dia em NY estava lindo, soleado, ameno, convidativo. Então, fui. Como tinha que ir ao banco decidi ir a pé a um que fica a algumas quadras daqui de casa. Pensei que talvez assim pudesse tirar aquela confusão mental em que me encontrava. Sabia que a solução chegaria com o tempo, então fui com poucas expectativas de encontrar soluções.<br /><br />Minha primeira conclusão? Bom, minha irmã, que mora e trabalha aqui em NY, me disse que perto de seu serviço havia uma comunidade pequena de chilenos e uma padaria típica. E só recentemente ficou sabendo que tinham outra idêntica aqui em Astoria. Tentamos ir lá duas vezes já. Mas estava fechado. Não é longe, mas também não tão perto. Mas dava pra ir andando. Coincidentemente era bem perto do banco onde ia. Como ainda estava com fome, decidi que iria lá também. Então, logo no começo da minha caminhada, pensei... pra onde ir primeiro... pro banco ou pra padaria? Que rua tomar? Rapidamente conclui que o destino não importava, que o que importava era o caminho. Não tinha pressa em chegar lá. Só queria acalmar a mente.<br /><br />Uma simples conclusão como essa, me fez pensar que realmente isso se aplica a minha vida agora. Tanto faz o destino, é a caminhada que sempre importou. É o caminho a percorrer. Chegar lá pela direita ou pela esquerda, não importa tanto. Nem a velocidade da caminhada.<br /><br />Enfim, fui ao banco primeiro e depois à padaria. Impresionante, a empanada era igual às feitas no Chile, típica chilena. Uma delícia. Adorei o lugar, limpinho, agradável e com coisas do Chile que não via a séculos: bolachinhas, caramelos, sucos, tortas, bolos... tinha até minha bala favorita de hortelã, <span style="font-style: italic;">mentitas</span>, muito legal. Perguntei à simpática atendente, há quanto tempo estavam lá e me disse há 10 anos. Ironia, não? Todos esses mesmos anos morando aqui. Em Astoria, onde moro, há pelo menos 4 e nunca, NUNCA, soube que havia uma padaria chilena aqui no bairro.<br /><br />Fiz amizade, descobri que tinha um serviço pra enviar coisas pro Chile e li um aviso do serviço de imigração na parede que falava sobre alguns beneficios para os chilenos por causa do terremoto e depois fui comer minha empanada deliciosa. Daí, pensei. Como pode, que em todos esses anos eu não tenha sentido a menor falta de um lugar chileno como este? Claro que é legal comer empanada e ver gente do Chile, e mesmo sabendo que é diífcil encontrar chilenos aqui nunca fui atrás pra descobrir. Realmente nunca me fez falta isso. Minha familia, sim. Mas não tudo o mais de lá.<br /><br />É, a verdade é essa minha gente, meus amigos. A verdade é que eu não me considero tão chilena como me considero brasileira. E apesar de não ser só brasileira, é inegável o legado dos meus pais, sua influência e a da minha familia que quase inteira mora no Chile, acredito que lá não seja o destino final. Pelo menos, não agora. Eu adoro, amo mesmo o Chile, de todo coração. Minha experiência lá foi única. Sou muito abençoada, muito mesmo, que meus pais sejam de um país tão maravilhoso como esse. As pessoas, a natureza, tudo tudo é tão gostoso e bom... mas meu país, apesar de tudo, de tudo o que dá raiva e decepciona, é o Brasil.<br /><br />Eu sempre soube disso. Mas me sinto melhor sabendo que essa é minha verdadeira origem. Dizem que o herói da mitologia sai em uma jornada em busca de algo melhor... de experiências. Mas esse herói sempre acaba voltando às origens. Bom, essas são as minhas. Minha vida não será completa sem meu retorno, disso sempre tive consciência.<br /><br />Claro que, eu esperava voltar de maneira mais tranquila. Ter, pelo menos uma vez na vida, a chance de não fazer uma mudança drástica. Deseja ir de passeio, daí decidir quando e onde voltar. Mas não. Na minha vida têm que ser assim mesmo, pelo visto. A verdade é essa. É 8 ou 80. Aqui ou lá. Não tem meio termo. Sempre sozinha, sempre guerreira. Sempre começando do zero.<br /><br />Eu já sabia disto há alguns meses atrás, tinha decidido que não podia continuar como continuo. Sem ver minha familia, vivendo uma vida que acredito ser "escrava", presa em uma gaiola. Não, não dava mais. Mas isto só se concretizou esta semana quando falei com meu chefe. Depois falarei mas sobre isso, pois não quero que certos sentimentos negativos venham à tona. Enfim, ainda estava tentando me recuperar do fato de que perdia tudo aquilo que me dava estabilidade, que me dava chão. Do "terremoto" pessoal que vivi, que venho vivendo... e daí veio essa bomba... essa bomba relógio e agora tenho ainda menos tempo para decidir. 'O tempo não para', bem dizia Cazuza.<br /><br />As pessoas não entendem direito porque eu não posso ir e vir do país, dos EUA. Talvez fale sobre isso no próximo post. Mas por enquanto vou dar um break... preciso resolver várias coisas, Entre elas, mais uma coisa, preciso ver se consigo alguém pra alugar o quarto temporáriamente. O lado bom dessa história toda é que consegui um serviço ótimo pra enviar minhas coisas pro Chile. Hoje vou comprar caixa e começar a separar o que é lembrança e não servirá no Brasil: como roupas de inverno. Mas, se preocupem não, que eu volto logo. :)<br /><br /><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/vPAlphS6LtE&hl=en_US&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/vPAlphS6LtE&hl=en_US&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="480"></embed></object>Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-90750928595868855632010-03-31T23:52:00.000-07:002010-04-01T01:37:03.605-07:00"Dias Melhores...." - Part IIDesde o último post, ou seja, há apenas dois dias atrás, muita coisa aconteceu. Estou trabalhando muito, pra variar, mas há muito mais ainda com o lance da mudança. Não saber pra onde ir e quando ir, não ajuda. Ontem à noite, por exemplo, não consegui dormir até bolar um plano de ação - um mapinha com possíveis rutas da jornada - e fazer uma lista das coisas a fazer. Tinha tanta coisa, que nem sei se Indiana Jones seria capaz de dar conta.<br /><br />[Lembrando do Indiana Jones, achei este clipe que se encaixa bem com o momento que vivo "Indiana Jones e a última cruzada "... <span style="font-style: italic;">on a quest of a lifetime</span>.]<br /><br /><object height="385" width="640"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/PYNTV61FeAs&hl=en_US&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/PYNTV61FeAs&hl=en_US&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="640"></embed></object><br /><br />Por isso, vou fazer de tudo possível pra escrever pouco... mas confesso que é difícil, ainda mais nestes dias de tanta reflexão e descobertas. Mas o tempo não permite, então...<br /><br />Esta é a Part II, digamos assim, do porquê escrever um blog como este. Quando cheguei a este país pela primeira vez, em março de 2000, tinha muitos sonhos e vontades. Uma delas era a de um dia vir a trabalhar em um jornal ou editora. Sempre foi meu sonho. Adorava ler, adorava mais ainda escrever apesar de nunca ter tido sequer um diário pessoal. Na época blogs não eram comuns, pelo menos não pra mim, acostumada a usar a internet só apartir da meia noite - pois na época era a melhor maneira de conectar no Brasil. Então fui e comprei um diário, o mais barato e bonitinho que encontrei, e que até hoje tenho. Alí pretendia escrever minhas impressões deste país e a experiência de aprender inglês e tudo mais que pudesse vir acontecer. O resultado? Bom, não deu muito certo. Na época sofria bastante de tendinitis, então não podia dar conta de escrever tudo e me frustrava. Engraçado que apenas tenha terminado de escrevê-lo recentemente, no começo de 2010. Ou seja, levei 10 anos em escrever algumas quantas páginas. O motivo? Bom, sempre fui preguiçosa.. mas não era só isso, não. Confesso que o diário logo virou meu <span style="font-style: italic;">shrink</span>, meu terapeuta particular. Então usava-o mais com esse fim. Daí as visitas esporádicas - só quando necessárias.<br /><br />Porque estou falando isso? Simplesmente porque queria dizer que não sei se ter um blog tivesse me ajudado na transição, mas é isso que pretendo descobrir aqui. Já que é público, não dá pra usar como divã. E isso já ajuda bastante na tarefa de contar a minha história. Aliás, lembro-me muito bem que usava a net, através de e-mails à minha irmã e o ICQ (pois é, o Skype da época) para contar minhas impressões do país. Ela ficava impressionada com o que escrevia e, pela primeira vez, escrevia como nunca antes escrevera. Era boa, não tinha tantas dificuldades como tenho agora, meu comando do idioma não sofria interferência e vocabulário e gramática eram bem melhores.<br /><br />Enfim, tivesse gostado ter tentado um blog na época. E quem me dera então ter uma câmera digital por perto. Mas o passado, passado está. Ou assim, parece ser. E agora, após 10 anos, decidi que não vou deixar a preguiça (ou falta de tempo) me vencer. Vou fazer, mesmo que custar, o que sempre quis fazer: escrever. E agora, nada vai me segurar. Como já dizia meu querido amigo Richard Bach: "<span class="huge">Um escritor professional é um amador que nunca desistiu.</span>"<span class="bodybold"></span><br /><br />Dias melhores virão não só na América (que como expliquei no meu <a href="http://betterdaysinamerica.blogspot.com/2010/03/dias-melhores-na-america-part-i.html">post anterior</a>, não se refere só aos EUA, ou ao continente) mas também na minha vida. Disso eu tenho a mais absoluta certeza. Acredito que a jornada só está completa quando voltamos às origens. É isso que vou tentar fazer. O díficil vai ser responder a pergunta: e onde exatamente é esse lugar? *risos Bom, acredito que o tempo irá responder. E isso será motivo pra mais um post.. quem sabe, amanhã.Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7032269254556876169.post-85260433982016907862010-03-30T07:22:00.000-07:002010-03-30T10:02:20.287-07:00"Dias Melhores...." - Part IQuero explicar o motivo do blog, mas antes disso quero falar porque escolhi a palavra "América". Isso só já dá motivo pra um post. Mas vou tentar falar dos dois ao mesmo tempo, já que, de certa forma, se complementam.<br /><br />Porque não, "Dias melhores no Brasil"? Ou "no Chile"? Ou, até, "nos EUA"? Afinal, todos esses países tem algo em comum agora, em 2010. Todos eles passam por momentos delicados e incertos.<br /><br />O Brasil, modéstia a parte, é o que está melhor. Mas será mesmo? Assim dizem os jornais e revistas no mundo todo. Mas o que vejo e ouço dos brasileiros é outra coisa. De um lado há os que reclamam (e com razão) da política e outras coisas absurdas que se passam no país. De outro há os que reclamam mas que são mais cautelosos, afinal nunca se viu tanto brazuca pelo mundo afora ou comprando à prestação. Nunca se viu tanta "prosperidade" pelo país. Do outro há os eternos "otimistas", que preferem ignorar a realidade, por conveniência é claro. Falham em ver que esta prosperidade não vem por acaso... nem vem de um partido político ou outro. Tudo tem um preço. Só espero que o nosso não seja a liberdade... Dias melhores virão no Brasil, afinal, temos de tudo para ser o país do presente, e já o somos, de certa forma, mas antes disso há muito coisa à encarar, pois como sabemos o despertar da "ilusão" pode vir assim, de repente.<br /><br />Enfim, o Brasil... sim, ele está em melhor condição que o Chile, por exemplo, que há pouco tempo (um mês e três dias, pra ser exata) sofreu um dos piores terremotos da sua história e do mundo! Saiu-se até relativamente bem pelo tamanho dessa catastrófe, mas mesmo assim terá muito chão pela frente. Dizem que pelo menos mais quatro anos são necessários para chegar ao ponto onde estavam antes do dia 27 de fevereiro. Esperam dias melhores...<br /><br />[Vejam vídeo impactante sobre o terremoto no Chile. O que apenas 2 minutos e 45 segundos foram capazem de fazer. Por isso, digo, cada minuto, cada segundo, vale, e pode mudar nossas vidas pra sempre.]<br /><br /><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/9uFiQwkDGDc&hl=en_US&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/9uFiQwkDGDc&hl=en_US&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="385" width="480"></embed></object><br /><br />E os Estados Unidos, você se pergunta? E essa terra onde alguns ainda (será?) acreditam que você acha ouro jogado nas ruas. Bom, acho que a Era da ingenuidade está se acabando. A Globo não poderá mais ficar inventando essas histórinhas sem ter que falar do outro lado, do abuso de imigrantes, por exemplo. Como na novela "América", que a propósito, confesso não ter visto mais do que alguns capitulos. Nesses capítulos viasse o pessoal dizendo que achava que tudo aqui era maravilhoso.... era o bendito "sonho americano" onde a gente podia começar do zero e com esforço e sacríficio (mesmo que significasse lavar banheiros de ricos, trocar fraldas de bebê, etc..) chegar a ter uma casa própria, um carro e até ter dinheiro pra sair de vez em quando em restaurante bom, pagar pelas modernidades tecnológicas e até ter roupas de "marca". Enfim, poderiam ter prestigio e viver relativamente bem. Mas será mesmo?<br /><br />Hoje em dia, os EUA vivem uma recessão como nunca antes vista. Não dá pra continuar pensando que as coisas voltarão a ser como eram. Não, nada será igual. E pelo que estou vendo daqui pra frente a situação só vai piorar, pois as mudanças que vejo não são nada positivas. Sinto muito dizer isso. Sinto mesmo... Acredito que virão dias melhores na América (me refiro, aos Estados Unidos da América, como aqui é chamado), mas não virão fácil. Mudanças drásticas na economia e governo se aproximam (e já estão acontecendo). O que vejo nas notícias não é nada alentador. Empresas grandes (as que fizeram este país o 'império' que é) estão parando de investir aqui, fechando suas portas e ao em vez estão gastando globalmente, principalmente em países emergentes. Isto aqui não é ficção, é realidade. Não é ser pessimista (mesmo que alguns com razão achem que é), mas é ter os pés no chão. O único que lhe resta, a este país, aos EUA, é a esperança. Obama faz o que pode, mas a medida que o tempo passa nos damos conta que aproximam-se dias cada vez mais complicados pela frente. E que dias melhores demorarão a vir...<br /><br />Mas, como boa brasileira (sim, eu sou brasileira também) sou uma pessoa otimista. Acredito que dias melhores na América, país não só de gringos (os yankeea, "brancos") mas de todas as raças e cores, virão. Mas, assim como o Chile... vai levar tempo. Talvez 3-4 anos ou mais. O certo é que os EUA não serão o mesmo, não se continuar no caminho que ainda continuam a trilhar (caminho de guerras, divisão, indiferença aos seres humanos que vivem aqui - como os imigrantes - e até ao próprios cidadãos, como no caso da reforma de saúde, etc. etc.). Os EUA nunca mais serão o mesmo de antes de 2000, quando cheguei aqui. Ele mudou e muito desde então. Primeiro as eleições onde Bush fraudulosamente ganhou (sim, eu estava aqui), depois o ataque as torres gêmeas, a recessão que se seguiu, etc. etc. etc. Dá pra escrever um livro só das minhas experiências aqui. Enfim, o país que deixo, viu o melhor e o pior nesses anos... Primeiro viram o pior e agora apenas seguem uma luz no fim do túnel (acredito eu, devido a vitória de Obama), ou seja, o melhor ainda há de chegar.<br /><br />E, nesta altura do post, você se pergunta porque escrever sobre esses três países? Bom, porque é meu blog oras. *risos Tenho carinho especial por esses três países que aprendi a amar, onde vivi e estou cumprindo meu "Karma", se você acreditar nisso... pois é, eu acredito.<br /><br />Então, falei, falei mas não expliquei... bom, na verdade expliquei sim. América pra mim, se refere a aqui, lá e acolá. Primeiro em referência aos Estados Unidos "da América", ou "América" mesmo, como os americanos sempre dizem (sim, é um símbolo de imperialismo, mas não acho que a maioria dos americanos esteja consciente deste fato). Segundo, em referência ao meu Brasil querido. Afinal, é o maior país da América do Sul. Terceiro, em representação ao Chile, país pequeno mas poderoso, que representa tudo o que há de melhor no legado espanhol da América Latina e, finalmente, por ser simplesmente América, nosso continente. Nossa casa. Afinal, nós somos o continente novo. Nós somos feitos de imigrantes, temos garra, somos inovadores, lutadores e temos passado muito similar.<br /><br />Preciso justificar ainda mais, ter usado o nome "América"? Acho que não. Ela representa tudo de bom, o que realmente importa pra mim. Este continente, o Brasil, o Chile e os EUA.<br /><br />Bom, agora sim vou falar o que me levou a escrever este blog... mas como já está muito longo este post, vai uma explicação simples e curta. É minha jornada de volta à casa. A minha própria América - aquela que ficou no Sul do continente, sabe? Do Norte eu saio buscando dias melhores, já que aqui, só sou bem-vinda se pagar o preço de morar neste país. Pagar, eu até pago (com cartão de crédito e muito suor também *ironia ) mas minha liberdade não tem preço!<br /><br />Termino com trecho da letra do Jota Quest, que aliás me inspirou ao dar esse nome no blog.<br /><h1 id="identificador_musica">Dias Melhores</h1><div id="cabecalho" class="cor_2"> <h2><a id="identificador_artista" href="http://letras.terra.com.br/jota-quest/">Jota Quest</a></h2><small>Composição: Rogério Flausino</small> </div><p>Vivemos esperando<br />Dias melhores<br />Dias de paz, dias a mais<br />Dias que não deixaremos<br />Para trás...<br /></p><p>Vivemos esperando<br />O dia em que<br />Seremos melhores<br /><br />Melhores no amor<br />Melhores na dor<br />Melhores em tudo</p><p>Vivemos esperando<br />O dia em que seremos<br />Para sempre<br />Vivemos esperando<br /><br />Dias melhores prá sempre<br />Dias melhores prá sempre<br />(Prá sempre!)...</p><object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/7Ubk-_vtNUc&hl=en_US&fs=1&"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/7Ubk-_vtNUc&hl=en_US&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" height="344" width="425"></embed></object>Simone A. Palmahttp://www.blogger.com/profile/13918082985632431993noreply@blogger.com9