Wednesday, March 31, 2010

"Dias Melhores...." - Part II

Desde o último post, ou seja, há apenas dois dias atrás, muita coisa aconteceu. Estou trabalhando muito, pra variar, mas há muito mais ainda com o lance da mudança. Não saber pra onde ir e quando ir, não ajuda. Ontem à noite, por exemplo, não consegui dormir até bolar um plano de ação - um mapinha com possíveis rutas da jornada - e fazer uma lista das coisas a fazer. Tinha tanta coisa, que nem sei se Indiana Jones seria capaz de dar conta.

[Lembrando do Indiana Jones, achei este clipe que se encaixa bem com o momento que vivo "Indiana Jones e a última cruzada "... on a quest of a lifetime.]



Por isso, vou fazer de tudo possível pra escrever pouco... mas confesso que é difícil, ainda mais nestes dias de tanta reflexão e descobertas. Mas o tempo não permite, então...

Esta é a Part II, digamos assim, do porquê escrever um blog como este. Quando cheguei a este país pela primeira vez, em março de 2000, tinha muitos sonhos e vontades. Uma delas era a de um dia vir a trabalhar em um jornal ou editora. Sempre foi meu sonho. Adorava ler, adorava mais ainda escrever apesar de nunca ter tido sequer um diário pessoal. Na época blogs não eram comuns, pelo menos não pra mim, acostumada a usar a internet só apartir da meia noite - pois na época era a melhor maneira de conectar no Brasil. Então fui e comprei um diário, o mais barato e bonitinho que encontrei, e que até hoje tenho. Alí pretendia escrever minhas impressões deste país e a experiência de aprender inglês e tudo mais que pudesse vir acontecer. O resultado? Bom, não deu muito certo. Na época sofria bastante de tendinitis, então não podia dar conta de escrever tudo e me frustrava. Engraçado que apenas tenha terminado de escrevê-lo recentemente, no começo de 2010. Ou seja, levei 10 anos em escrever algumas quantas páginas. O motivo? Bom, sempre fui preguiçosa.. mas não era só isso, não. Confesso que o diário logo virou meu shrink, meu terapeuta particular. Então usava-o mais com esse fim. Daí as visitas esporádicas - só quando necessárias.

Porque estou falando isso? Simplesmente porque queria dizer que não sei se ter um blog tivesse me ajudado na transição, mas é isso que pretendo descobrir aqui. Já que é público, não dá pra usar como divã. E isso já ajuda bastante na tarefa de contar a minha história. Aliás, lembro-me muito bem que usava a net, através de e-mails à minha irmã e o ICQ (pois é, o Skype da época) para contar minhas impressões do país. Ela ficava impressionada com o que escrevia e, pela primeira vez, escrevia como nunca antes escrevera. Era boa, não tinha tantas dificuldades como tenho agora, meu comando do idioma não sofria interferência e vocabulário e gramática eram bem melhores.

Enfim, tivesse gostado ter tentado um blog na época. E quem me dera então ter uma câmera digital por perto. Mas o passado, passado está. Ou assim, parece ser. E agora, após 10 anos, decidi que não vou deixar a preguiça (ou falta de tempo) me vencer. Vou fazer, mesmo que custar, o que sempre quis fazer: escrever. E agora, nada vai me segurar. Como já dizia meu querido amigo Richard Bach: "Um escritor professional é um amador que nunca desistiu."

Dias melhores virão não só na América (que como expliquei no meu post anterior, não se refere só aos EUA, ou ao continente) mas também na minha vida. Disso eu tenho a mais absoluta certeza. Acredito que a jornada só está completa quando voltamos às origens. É isso que vou tentar fazer. O díficil vai ser responder a pergunta: e onde exatamente é esse lugar? *risos Bom, acredito que o tempo irá responder. E isso será motivo pra mais um post.. quem sabe, amanhã.

3 comments:

  1. Legal Simone,
    Dez anos de EUA são uma tremenda fonte para os seus posts. Com certeza muita gente vai acompanhar para saber como é viver aqui. Se conversar com os brasileiros que estão espalhados por NY City, vai tem muito mais o que contar. São taxistas, cozinheiros, jornaleiros...Se listar tudo escrevo um post nos seus comentários.

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  2. Oba, Simone! Quero acompanhar essa nova etapa de perto, seja no Brasil, Chile ou - quem sabe?-, qualquer outro lugar. De qualquer forma, falo por experiência própria, tudo que você viveu até aqui, de bom ou ruim, não tem preço. Nada como conhecer outras culturas, aprender com as diferenças, constatar que 'existe muito mais coisa o céu e a terra...' se nos abrirmos e nos permirtirmos essa viagens.
    Dou a maior força para o livro e desejo sucesso em todas as suas escolhas. Bjs

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  3. Obrigada amigos, por acompanhar minha história por aqui!!!

    Vallaci, eu vou tentar coletar ao máximo as histórias que ouvi nesses anos todos e se Deus quiser, poder ter tempo de entrevistar alguns antes da minha ida ao Brasil.

    Paula, você tem razão. As experiências não tem preço. Em relação ao livro era apenas uma vontade, uma ideia, mas pelo visto vale a pena tentar fazer. Por enquanto, usarei o blog como guia.

    Um beijão à vocês brasileiros no Brasil e na América, americana ;-)

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